Nacional
Dois anos depois: o 8 de janeiro como palco de disputa política
O Palácio do Planalto vai virar palco de mais uma cerimônia marcada para causar burburinho político. Dois anos após os atos antidemocráticos que sacudiram Brasília, o governo Lula prepara uma solenidade que promete juntar aliados, dividir opiniões e reacender debates sobre memória, democracia e estratégias de poder.
Se tem uma coisa que chama atenção é a lista de convidados. Nenhum sinal de parlamentares bolsonaristas ou opositores mais incisivos. O governo parece querer falar de democracia para quem já concorda com a narrativa oficial. Faz sentido? Talvez para quem esteja jogando o jogo político. Mas para quem observa de fora, isso soa como uma baita contradição: defender a democracia excluindo quem pensa diferente.
Ano passado, o evento aconteceu no Congresso Nacional. Agora, o palco é o Palácio do Planalto, sede do Executivo. E a mensagem é clara: essa cerimônia é sobre Lula, sobre o governo dele e sobre como eles querem moldar a história do dia que abalou as instituições.
No ano passado, boa parte dos governadores não deu as caras na cerimônia. A justificativa foi o desconforto com o tom político do evento. E a pergunta que fica: será que vão aparecer agora? É uma decisão complicada. Comparecer pode parecer apoio ao governo; não ir pode ser visto como omissão diante de um marco importante para a democracia.
E por falar em memória seletiva, o presidente Lula assinou recentemente um decreto de indulto natalino. Mulheres em condições específicas — mães, avós, gestantes, entre outras — foram contempladas. Mas quem participou dos atos de 8 de janeiro continua fora da lista de perdão. Dá pra entender o recado político aqui, certo? O governo não quer abrir margem para que o episódio seja tratado com menos seriedade.
O que estamos vendo é a disputa pela narrativa de 8 de janeiro. Para o governo Lula, o dia é um símbolo de resistência democrática e precisa ser lembrado assim. Para os críticos, o uso político desse marco tem outro objetivo: enfraquecer adversários e consolidar poder.
No final das contas, esse evento no Planalto diz menos sobre o passado e mais sobre o futuro. É sobre como cada lado quer contar essa história. Quem vencer essa disputa não só define o que 8 de janeiro significa, mas também molda como o Brasil encara o papel da democracia no seu caminho político.
E você, o que acha? Memória ou manobra? Narrativa ou necessidade? Fica o convite pra pensar — ou se indignar. Comente.