ECONOMIA
Por dólar alto, varejo deve subir preços em janeiro e gera “alerta” de inflação
Insumos importados mais caros e favorecimento às exportações levaram indústria a pressionar setor por reajustes
O mês de janeiro deve vir acompanhado de alta de preços no varejo. A indústria de bens de consumo, fornecedora de produtos, reforçou a pressão sobre o setor nos últimos meses por reajustes, enquanto a valorização do dólar elevou seus gastos com insumos importados e favoreceu suas exportações.
Foi mostrado em dezembro que representantes do varejo não avaliavam ser possível suportar esta pressão. Assim, há um “alerta” de inflação mais alta em breve, com o reajuste dos preços de fornecedores repassados, seja integralmente ou parcialmente, para o consumidor final.
O varejo já admitia reajustar preços no final de 2024 enquanto o dólar escalava. Não houve alta, na avaliação de representantes do setor, porque estoques e ofertas de fim de ano — especialmente de olho nas compras de natal — já estavam preparados.
Há relatos de pedidos de renegociação por uma série de fornecedores que compram insumos do exterior: empresas de alimentos, higiene e limpeza, eletrodomésticos, entre outros.
A maior pressão no momento vem do setor de higiene e limpeza, que depende de componentes químicos derivados do petróleo, geralmente importados e cotados em dólar.
Além de elevar o custo para a importação de insumos, o câmbio depreciado torna o mercado externo mais atrativo para uma série de setores, como a agroindústria.
A pressão também é considerável por renegociações em setores exportadores, como o de soja, milho e de carne bovina.
Os setores da indústria pedem reajustes de, em média, 8% e 10%, disse uma fonte à CNN.
O dólar encerrou 2024 cotado a R$ 6,18, acumulando alta de 27% no ano — sendo que metade desta escalada aconteceu no último trimestre.