Politíca
Prefeitos, padrinhos e o cabo de guerra pelo poder: um jogo político que nunca para

Por Roberto Tomé
Os prefeitos eleitos em 2024 já assumiram suas cadeiras, mas vamos combinar: a real disputa começa agora. Não é só sobre administrar cidades, é sobre equilibrar egos, manter alianças e, de quebra, escapar das armadilhas de seus padrinhos políticos. Essa relação de “quem manda em quem” é quase um reality show, com traições, estratégias e, claro, drama.
Você já deve ter ouvido aquele ditado, “quem dá o poder testa o caráter”. Pois bem, em 2025, os prefeitos e suas respectivas figuras tutelares — ou padrinhos políticos — serão o palco vivo dessa máxima. Na Paraíba, a lista de exemplos é longa: Emerson Panta (Santa Rita), Lorena (Monteiro), Vitor Hugo (Cabedelo) e outros têm um histórico de “apadrinhamentos” que moldam suas trajetórias. Mas será que esses prefeitos conseguirão ser mais do que marionetes de seus patrocinadores políticos?
Em cidades como Guarabira, os sinais de tempestade já surgem no horizonte. Marcos Diogo e Léa Toscano, que deveriam ser aliados, estão cada vez mais parecendo peças de tabuleiros opostos. E não pense que isso é um caso isolado. Prefeitos e seus padrinhos em todo o Brasil vivem essa gangorra de “confiamos em você, mas queremos controlar você”.
A verdade é que muitos padrinhos políticos tratam suas “criações” como extensões de suas próprias gestões. “Você ganhou porque eu te apoiei” é o mantra desses chefes, enquanto os novos prefeitos rebatem com “eu venci porque o povo confia em mim”. Esse cabo de guerra nem sempre é declarado, mas é fácil perceber pelos bastidores, onde cargos-chave e decisões estratégicas viram moeda de troca.
A parte mais curiosa? Os padrinhos políticos, muitas vezes, acham que podem ser o “grande irmão” na sombra, mas esquecem que os prefeitos eleitos não querem ser lembrados como fantoches. E aí entra o verdadeiro jogo de xadrez: será que é possível agradar padrinhos e eleitores ao mesmo tempo? A resposta é quase sempre “não”.
Exemplo claro disso é quando aliados mais antigos — e geralmente parentes — não conseguem lidar com a perda de influência. Alguns padrinhos deixam o “afilhado” trabalhar em paz, mas esses casos são tão raros quanto neve na Paraíba.
No final das contas, essa disputa não é só uma questão de ego. Ela afeta diretamente a administração pública. Enquanto padrinhos e prefeitos medem forças, quem sofre com a bagunça são os moradores das cidades. Mas, ironicamente, essas brigas também criam chances: prefeitos que conseguem se livrar da sombra dos padrinhos mostram ao povo que têm autonomia e força para liderar.
Por outro lado, os padrinhos precisam decidir até que ponto vale à pena manter o controle. Porque, convenhamos, um afilhado que se revolta pode acabar minando todo o capital político de quem o colocou lá.
O que vem por aí? Mais alianças desfeitas, desavenças públicas e talvez, com sorte, alguns prefeitos que realmente saibam jogar o jogo. De qualquer forma, prepare-se: o reality show político de 2025 está só começando.