Segurança Pública
Tráfico tem 4 barricadas na área de jurisdição da Marinha em torno do Hospital Naval Marcílio Dias: Médica Capitã de Mar e Guerra morreu de bala perdida em ponto estratégico pro Comando Vermelho
Dois dias após a morte da Capitã de Mar e Guerra, ao menos 8 blindados da Força Naval e 250 fuzileiros circulavam pela região
Nas proximidades do Hospital Naval Marcílio Dias, onde a médica e Capitã de Mar e Guerra da Marinha, Gisele Mendes de Souza e Mello, foi ferida no auditório e morreu no dia 10 de dezembro, existem pelo menos 4 barricadas (barreiras montadas por bandidos). Segundo o jornal Extra publicou no dia 25 de dezembro, elas estão na Rua Heráclito Graça, Maria Luíza, Sincorá e Eufrásio Borges.
A medida de 1.320 metros é determinada pelo Decreto-lei número 3.437, de 17 de julho de 1941. Pela norma é interpretado que essas áreas que margeiam organizações militares são indispensáveis à defesa e por isso as Forças Armadas têm o direito constitucional de exercer a segurança até o limite do perímetro.
Dois dias após a morte da Capitã de Mar e Guerra, ao menos 8 blindados da Força Naval e 250 fuzileiros circulavam pela região do Complexo do Lins. Em nota à imprensa, a Força Naval informou na ocasião que realizava ação ostensiva para garantir a segurança dos profissionais e pacientes.
Na nota, a Marinha não dava previsão de término da ação.
“No intuito de garantir a segurança da tripulação e usuários do Hospital Naval Marcílio Dias, a Marinha do Brasil exercerá ação de presença com meios de fuzileiros navais, na área sob sua jurisdição, adjacente àquela organização militar, até o limite máximo de 1.320 metros do seu perímetro”.
Área é estratégica para o Comando Vermelho
O Complexo do Lins, conjunto de favelas de onde partiu o tiro que matou a médica, é ponto estratégico para o Comando Vermelho (CV), maior facção criminosa do Rio de Janeiro.
Segundo o Extra, investigações da Polícia Civil apontam que bandos armados partem frequentemente das 12 comunidades do complexo para participar de invasões a área dominadas por rivais e roubar veículos em cerca de 10 bairros das Zonas Oeste e Norte, como Barra da Tijuca, Recreio, Maracanã e Méier.
A Polícia descobriu que parte dos carros roubados é clonada, quando não é vendida ou usada em outros assaltos, e o restante desmanchado para venda ilegal de peças.
Ainda de acordo com o Extra, o lucro obtido com as atividades ilegais abastece os cofres do Comando Vermelho, de onde são retirados recursos para a compra de armas, munições e dar suporte financeiro a parentes de detentos e pessoas ligadas aos chefes da facção.