Estrangeiros Fogem da Bolsa: R$ 24,2 Bilhões em Retiradas Expõem Turbulência Econômica

O mercado financeiro brasileiro levou um tapa na cara em 2024. Foram embora nada menos que R$ 24,2 bilhões de investidores estrangeiros da B3. Isso mesmo. Dinheiro internacional, que tanto sustenta a nossa Bolsa, pegou suas malas e vazou. O saldo negativo é o primeiro desde 2019, quando os estrangeiros tiraram R$ 6,5 bilhões. O que aconteceu agora foi um tsunami. Ibovespa despencando 10%. Dólar disparando 27%. Tudo isso conforme a consultoria Elos Ayta.

Quatro meses. Esse foi o período de “respiro” com entrada líquida de recursos estrangeiros. Só quatro. Julho, agosto, outubro e dezembro. Agosto até animou, com saldo de R$ 10 bilhões. Mas aí veio abril. E tome-lhe retirada: R$ 11 bilhões evaporaram.

A tendência é clara: os estrangeiros estão correndo do mercado brasileiro. Em 2022, dez meses no azul. 2023? Só seis. Agora, em 2024, um humilhante quatro. É um sinal vermelho escancarado. E, de acordo com a Elos Ayta, isso mostra que a confiança lá fora no nosso mercado está escorregando feio.

Agora, vamos combinar que o cenário externo só jogou gasolina na fogueira. Geopolítica? Uma bagunça. Conflitos internacionais, tensões, incertezas. Com isso, os investidores se agarraram ao que é seguro. Títulos do Tesouro americano, por exemplo.

E tem mais: o Federal Reserve começou a cortar juros lá em setembro. Mas calma, porque esses cortes ainda deixaram os juros nos EUA nas alturas, entre 4,25% e 4,5%. Ou seja, é muito mais interessante investir por lá. Além disso, o Trump voltou ao poder, prometendo expandir gastos e aquecer a economia. Resultado? Mais fuga de dólares para os EUA.

A prova? O índice DXY, que mede o dólar contra outras moedas, subiu mais de 6%. Não tem como competir.

Mas não dá pra culpar só o mundo lá fora. Aqui dentro, a situação é feia. Muito feia. Dívida pública batendo 77% do PIB no final do ano. O governo Lula parecia perdido. Cadê o plano fiscal? Nada convincente.

Fernando Haddad tentou salvar a pátria em novembro, anunciou um pacote fiscal, mas… Quem disse que colou? O mercado não comprou a ideia. A dívida continuou escalando, investidores continuaram pulando fora e o Ibovespa só afundava mais.

Pra 2025, o cenário é incerto. A B3 precisa urgentemente reconquistar a confiança dos gringos. Mas isso não vai acontecer com promessas vazias ou discursos bonitos. Precisa de ação. E rápida.

Competitividade e previsibilidade. É disso que o Brasil precisa. Se não acordar, a fuga de capital vai continuar. E aí, meu amigo, o mercado brasileiro vai seguir à deriva, vulnerável às vontades do capital internacional.