Nacional
Nepotismo, auxílio e silêncio: o jogo sujo das famílias no poder
Magaly e Suely Gomes Alves de Sousa são da família da senadora Jussara Lima (PSD-PI), suplente de Wellington Dias (Desenvolvimento Social); Bolsa Família é vinculado ao ministério
A relação entre política, assistencialismo e nepotismo parece cada vez mais entrelaçada, não? O caso de Jussara Lima e suas irmãs, beneficiárias do Bolsa Família, coloca um ponto de interrogação no conceito de ética e transparência no uso do dinheiro público. Vamos combinar: tem algo de estranho nisso. Enquanto a senadora embolsa R$ 44 mil por mês, as irmãs dela estão lá, no Bolsa Família. E não é de agora, desde 2013, com valores que não passavam de R$ 166,00. É claro que o programa teve ajustes, mas mesmo assim, fica aquela pulga atrás da orelha: será que quem está realmente precisando é quem está recebendo?
E aí, você começa a perceber que a coisa vai além de apenas uma simples transação entre o governo e quem precisa. Há algo mais aí. Em Fronteiras (PI), uma cidade vizinha de onde as irmãs da senadora moram, tem Conceição Alves, a outra irmã de Jussara, ocupando um cargo na Secretaria de Cultura, e a cunhada, Eudinar Agripino, é a chefe da Secretaria de Assistência Social. Ninguém vai me convencer de que isso é só coincidência, né?
O que me chama a atenção é o silêncio da própria Jussara sobre o caso. Ela preferiu não comentar, dizendo que “não se manifestaria”. Como se tudo fosse tão normal e sem problemas. E o pior: o espaço fica aberto para possíveis esclarecimentos, mas será que eles vão aparecer? Não seria mais fácil simplesmente esclarecer logo, sem enrolação? Isso é o que sempre me intriga na política brasileira, a falta de transparência e o jogo sujo que acontece nos bastidores.
Vamos jogar as cartas na mesa: esse é um ótimo momento para refletirmos sobre a ética na administração pública. A família da senadora está claramente ligada ao poder público, seja no uso de recursos ou na ocupação de cargos importantes. Isso levanta uma questão que nunca é muito confortável de responder: será que o critério para esses cargos é o mérito, ou é a influência de quem está no poder? A transparência nos programas de assistência social precisa ser mais robusta, ou vamos continuar achando que está tudo bem uma família inteira se beneficiando, enquanto milhões ficam para trás?
E o pior é o comportamento dos políticos em situações como essa. Sabe aquela sensação de que estão apenas tapando o sol com a peneira? Pois é, parece ser isso. Enquanto isso, o povo segue nas sombras, sem ter noção de como, onde e quem está realmente recebendo o auxílio que tanto precisa.
Será que é pedir demais que a política brasileira tenha uma postura mais clara, mais aberta, mais responsável? Está mais do que na hora de questionarmos o que realmente está acontecendo e a quem interessa esse tipo de “ajuda”.