AGRICULTURA & PECUÁRIA
O futuro da indústria química é a sustentabilidade
O setor deu passos importantes para ampliar sua competitividade
O ano de 2024 foi desafiador, mas também marcado por grandes conquistas para a indústria química brasileira. Segundo André Passos Cordeiro, Presidente-executivo da Abiquim, a aprovação do Projeto de Lei do Inventário Nacional de Substâncias Químicas, após mais de 10 anos de trabalho da Abiquim, foi um dos marcos mais importantes. Esse avanço coloca o Brasil como referência no Hemisfério Sul na regulação do uso de substâncias químicas, destacando o compromisso do país com práticas mais seguras e eficientes no setor.
O setor também deu passos importantes para ampliar sua competitividade, especialmente com a implementação de elevações transitórias da tarifa externa comum. A indústria química brasileira se distingue pelo uso de energia limpa, com 83% de sua matriz energética proveniente de fontes renováveis. Além disso, a redução das emissões de CO2 por tonelada produzida é significativa em relação aos principais concorrentes mundiais.
“Demos passos importantes para iniciar um processo de amplificação da competitividade do setor com a lista de elevações transitórias da tarifa externa comum. Sabemos que esse é só um primeiro passo, todavia, é relevante para enfrentarmos o cenário internacional extremamente adverso, com excesso de capacidade produtiva de produtos químicos no mundo e programas pesados de subsídios nos principais produtores mundiais de químicos”, comenta.
Cordeiro também enfatiza o papel crucial da química no avanço de objetivos globais, como os da Agenda 2050 da ONU. O setor é vital para a segurança alimentar, o desenvolvimento de medicamentos e tratamentos de saúde, além de promover soluções para a crise hídrica e o saneamento básico. A transição para uma economia de baixo carbono também está sendo liderada pela indústria química, com investimentos em tecnologias de redução e neutralização de emissões.
“A mesma realidade está presente no custo da energia brasileira – mesmo tendo a matriz energética mais sustentável do que outros países, o custo dela ainda é um constrangimento para nossa capacidade de competir. O mesmo desafio se apresenta para a produção com matéria primas renováveis, verdes, circulares, sustentáveis. Se faz necessário estabelecer as condições regulatórias e de mercado adequadas para a competitividade quando se produz a partir delas. Esses são passos fundamentais para que, de fato, consigamos fortalecer a indústria nacional”, conclui.