CIDADE
Transição administrativa em Curral de Cima: desafios, irregularidades e expectativas
Ah, Curral de Cima… Nem o mais pessimista imaginava que a transição administrativa para 2025 viria com tantos pesadelos. O prefeito recém-empossado, Adjamir, não está apenas herdando uma bagunça, mas um verdadeiro campo minado, resultado de uma gestão que, por muito tempo, se apoiou em práticas nebulosas. Agora, a conta chegou e o município tem um novo governo, mas um velho problema, com o nome do ex-prefeito Totó Ribeiro estampado nas costas de cada denúncia que emerge. E o que não falta por aqui é bomba.
Parece mais um golpe de filme de máfia, mas não, é a realidade de Curral de Cima. Uma das primeiras bombas estouradas envolve empréstimos consignados fraudulentos. E não pense que foi só uma bagunça administrativa qualquer. Não. Servidores municipais, muitos deles comissionados e contratados, foram literalmente coagidos a pegar empréstimos cujos valores não foram para o bolso deles, mas para outras mãos. O nome da operação que investiga essa fraude? “Fake Loan”. Não é nome de novela, mas sim do que parece ter sido uma verdadeira farra com o dinheiro público.
O Gaeco, que está de olho no caso, tem provas de que contracheques foram manipulados, valores fictícios inseridos para aumentar as margens dos empréstimos. E tem mais: o município foi quem arcou com os custos. O impacto disso? Sem dúvida, uma bomba no orçamento da cidade e um furo na credibilidade do governo anterior. Em uma época em que todo o dinheiro deveria ser voltado para a cidade, parece que o que aconteceu foi justamente o contrário.
Não foi só com os empréstimos que a coisa desandou. Em 2023, o município também protagonizou outra novela de irregularidades: o concurso público. A princípio, poderia parecer uma simples oportunidade de aumentar o quadro de servidores municipais, mas, em meio ao processo, surgiram denúncias graves. Servidores foram nomeados sem a devida análise do impacto financeiro, o que é um erro fatal, pois compromete diretamente o equilíbrio da folha de pagamento.
Mesmo com alertas do Ministério Público e do Tribunal de Contas, a gestão anterior seguiu firme com essas nomeações. O resultado? Mais buraco financeiro para a nova gestão tapar. E, para piorar, ainda temos que lidar com uma economia já fragilizada, que foi impulsionada por uma irresponsabilidade gritante.
E a saga continua. Desde o dia 1º de janeiro de 2025, Adjamir não tem encontrado chão firme. É sabotagem atrás de sabotagem. Bomba de água danificada de propósito, combustíveis adulterados em veículos oficiais e unidades de saúde sem medicamentos. Se isso não é tentativa de prejudicar o trabalho da nova gestão, o que mais seria?
Mas o pior não são as sabotagens físicas. O que realmente grita é o estado de desordem encontrado no prédio da prefeitura. Dados apagados, documentos sumidos, computadores danificados. Até a folha de pagamento foi “esquecida”. A administração anterior não só deixou o município em frangalhos como ainda tentou sabotar a sucessão.
Agora, a grande questão é: o que as autoridades vão fazer com tudo isso? As investigações precisam ir até o fundo, porque o povo de Curral de Cima não quer mais saber de promessas vazias. O que se espera é ação. O povo quer ver os responsáveis por essas irregularidades sendo responsabilizados. O novo governo tem um longo caminho pela frente para limpar o nome da cidade e restabelecer a confiança da população, mas para isso precisa mostrar serviço de verdade.
E que fique claro: isso não vai ser fácil. Reconstruir a credibilidade de um município que se afunda em dívidas e denúncias de corrupção leva tempo, paciência e, acima de tudo, transparência.
O caso de Curral de Cima deveria ser uma lição para outros municípios. A situação na cidade é uma vergonha, mas também um alerta. A administração pública precisa ser mais vigilante, mais responsável. O município não pode continuar sendo usado como moeda de troca para interesses particulares. Quem está no poder precisa ter noção de que o cargo é para servir ao povo, e não para satisfazer interesses pessoais.
A sociedade, por sua vez, tem um papel fundamental nesse processo. O povo de Curral de Cima não pode se calar diante do descaso. É hora de cobrar resultados. A reconstrução da cidade vai depender de todos: governo, instituições, e claro, da população. Só assim será possível restaurar a ordem, a confiança e a dignidade do município.
A pergunta que fica: será que finalmente as lições serão aprendidas ou vamos continuar a assistir a mais um ciclo de falcatruas e promessas vazias? Vamos ver.