Internacional
OMS: Risco de gripe aviária ainda é baixo após primeira morte nos Estados Unidos
Agência de saúde da ONU esclarece que vírus H5N1 não está circulando em humanos e sim saltando para pessoas que são expostas pelo contato com aves ou gado; sobre metapneumovírus na China, porta-voz da OMS declara que não há motivos para alarme
Um dia após os Estados Unidos relatarem sua primeira morte humana por gripe aviária, a Organização Mundial da Saúde, OMS, insistiu que o risco para a população em geral permanece “baixo”.
A porta-voz da agência, Margaret Harris, disse a jornalistas em Genebra nesta terça-feira que o vírus H5N1, que causa a doença, “não está circulando em humanos, mas saltando para humanos que são expostos” a aves ou gado leiteiro.
Risco para trabalhadores rurais
A especialista afirmou que o quadro atual não representa uma “circulação sustentada”.
O paciente que morreu da doença no estado da Louisiana tinha mais de 65 anos e supostamente tinha condições médicas subjacentes.
De acordo com as autoridades de saúde, ele havia sido exposto a galinhas e pássaros selvagens. Dezenas de pessoas nos EUA contraíram gripe aviária durante o surto atual, principalmente trabalhadores rurais em contato próximo com bandos de aves e rebanhos de gado.
Harris enfatizou que na avaliação da OMS o risco para a população em geral é baixo. A principal preocupação é com aqueles que trabalham em indústrias animais, que precisam ser mais bem protegidos.
O porta-voz acrescentou que os Estados Unidos continuam realizando “muita vigilância” na população humana e animal.
Deter a gripe aviária só é possível se os criadores de aves – tanto os pequenos agricultores como os produtores comerciais – compreenderem como prevenir a sua introdução e propagação
Metapneumovírus na China “não representa ameaça nova ou importante”
Ela também comentou sobre o vírus respiratório que tem ganhado espaço na China, conhecido como metapneumovírus humano, ou Hmpv.
Os casos têm despertado a atenção da mídia nas últimas semanas, mas não representam uma ameaça nova ou importante, segundo Harris.
A representante da OMS disse que essas infecções estão aumentando na China “como esperado durante o inverno”, mas que não houve declarações de emergência ou respostas acionadas.
Harris ressaltou que “os níveis relatados de infecções respiratórias na China estão dentro da faixa usual para a temporada de inverno”, sendo a gripe sazonal a mais comum entre elas, conforme dados do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças.
Baixo risco de morte
Harris explicou que o Hpmv é um vírus comum que circula no inverno e na primavera e geralmente “causa sintomas respiratórios semelhantes ao resfriado comum”.
Como centenas de outros vírus ligados a essa condição, ele pode levar a doenças mais graves em pacientes com baixa imunidade, particularmente, mas não se limitando a recém-nascidos e idosos.
Questionada sobre a taxa de mortalidade do Hpmv, a representante da OMS descreveu como “muito, muito baixa”. Ela adicionou que este não é um patógeno que normalmente leva à morte em humanos, exceto nos mais vulneráveis.
A especialista recomendou medidas de prevenção “simples”, como usar máscara, melhorar a ventilação de espaços fechados e lavar as mãos.
Segundo a OMS, o vírus Hpmv foi identificado pela primeira vez em 2001 e está circulando na população humana há muito tempo.