ECONOMIA
Brasil o Deja Vu econômico que ninguém pediu
Por Roberto Tomé
O Brasil, mais uma vez, parece estar em um loop infinito de erros econômicos. É como se tivéssemos uma máquina do tempo, mas só voltássemos para os piores momentos. Déficit fiscal? Temos. Inflação fora de controle? Também. E uma gestão que oscila entre o improviso e a negação da realidade? Claro que sim. Tudo isso embalado por decisões que, na prática, soam como reprises de velhos capítulos mal escritos.
Começando pelo óbvio: o rombo fiscal. Mais de R$ 1 trilhão de déficit nominal. Isso mesmo, trilhões. Parece surreal, mas é exatamente onde estamos. E não, não dá pra culpar só a pandemia ou a guerra na Ucrânia. Esse buraco é fruto direto de escolhas ruins e promessas vazias. Gastos fora de controle, políticas que mais parecem remendos e a velha mania de empurrar problemas para o próximo governo.
Pra piorar, a taxa Selic continua nas alturas, o que é ótimo se você é banqueiro, mas péssimo para o resto de nós. Cada 1% de alta nos juros custa bilhões aos cofres públicos, e, adivinha? A dívida só cresce. Em 2024, 20% dela precisa ser refinanciada. Boa sorte com isso.
O governo atual parece perdido em um labirinto de contradições. Primeiro, gastaram como se o dinheiro fosse infinito. Agora, vêm com um discurso de ajuste fiscal tardio, cheio de buracos e promessas vazias. É como se alguém estivesse tentando apagar um incêndio jogando gasolina.
E o povo? Bem, esse sofre. A inflação tá aí, mordendo o poder de compra de quem já mal consegue pagar as contas. A classe média se afunda em dívidas, enquanto os mais pobres tentam sobreviver com menos a cada dia.
O Brasil é mestre em prometer reformas estruturais e nunca entregá-las de fato. Teto de gastos? Foi jogado no lixo. Reforma tributária? Ainda patinando em interesses políticos. E quando algo finalmente sai do papel, a execução é tão ruim que o benefício quase desaparece.
Agora, vamos falar de algo que ainda funciona: o agronegócio. Esse setor continua sendo o pilar da economia, gerando riquezas e mantendo o Brasil competitivo no mercado internacional. Mas é difícil segurar um país inteiro só com soja e milho. Precisamos de mais.
A modernização da máquina pública, por exemplo, poderia ser um divisor de águas. Mas, novamente, a falta de prioridade e seriedade enterra qualquer chance de avanço significativo.
Chegou a hora de admitir: não podemos continuar repetindo os mesmos erros e esperando resultados diferentes. A história já mostrou onde esse caminho nos leva: inflação descontrolada, desemprego, descrédito internacional. Se quisermos um futuro melhor, é preciso coragem para mudar agora.
E aí, governo, vai ficar só na promessa ou finalmente vai entregar? Porque o relógio está correndo, e o preço de mais um erro será alto. Muito alto.