ECONOMIA
Câmbio: Dólar perde força e fecha em queda, com Haddad e EUA
O dólar à vista encerrou esta segunda-feira (6) cotado a R$ 6,1042, em queda de 0,14%. Este é o menor valor de fechamento desde 20 de dezembro de 2024, quando a moeda americana ficou em R$ 6,0721. A divisa acumula desvalorização de 1,23% em 2025, após dois pregões consecutivos de queda.
Impacto de declarações fiscais
No início da tarde, o dólar chegou a cair para R$ 6,05, mas reduziu o ritmo de baixa nas horas finais do pregão e chegou a operar em alta momentaneamente. Operadores apontam que o movimento pode estar relacionado a ajustes após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à GloboNews. Haddad afirmou que não pretende anunciar novas medidas de contenção de gastos no curto prazo, destacando a continuidade do trabalho fiscal em andamento.
O comportamento do real também acompanhou um cenário externo marcado pelo avanço das taxas dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), que subiram após dados econômicos positivos nos Estados Unidos e declarações do presidente eleito Donald Trump em defesa da extensão do teto da dívida americana.
Cenário externo
No exterior, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes – operava perto dos 108,530 pontos no fechamento do mercado brasileiro, após atingir máxima de 108,595 pontos. A alta foi impulsionada pelo PMI (Índice de Gerente de Compras) do setor de serviços dos EUA, que subiu para 54,1 em dezembro, superando as expectativas do mercado.
Liquidez e ajustes no câmbio local
Em entrevista ao Estadão Broadcast, Marcos Weigt, head da Tesouraria do Travelex Bank, disse que o real apresentou desempenho positivo durante a maioria do pregão, refletindo uma correção dos “exageros” do fim de 2024, quando o Banco Central vendeu mais de US$ 21 bilhões no mercado à vista para conter a volatilidade cambial.
Weigt explicou que, com o início de 2025, o mercado cambial tende a se acomodar diante do retorno da liquidez. “O pico de saída de recursos no fim do ano já passou, e devemos observar algum fluxo de retorno”, afirmou.