ECONOMIA
Mercado financeiro à beira do caos: IBOVESPA afunda, juros sobem e Banco do Japão atordoa o mundo
O mercado financeiro brasileiro foi uma verdadeira montanha-russa nesta quinta-feira, 23 de janeiro. Quem achava que ia surfar na estabilidade do Ibovespa se deu mal. O índice, termômetro das grandes empresas brasileiras, despencou 0,40%, estacionando em 122.483 pontos. Pode parecer pouco, mas, para quem vive de ações, cada centavo de queda é um golpe no estômago. As gigantes Vale e Petrobras lideraram o show de horrores. Só a Vale caiu 0,65%, e os papéis da Petrobras também escorregaram – quem investe na estatal deve ter passado o dia revisando planilhas e tomando café amargo.
Mas por que isso? Simples: incerteza. E a palavra “incerteza” no mercado financeiro é sinônimo de pânico. Lá fora, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – sim, ele ainda dá as cartas no jogo econômico – resolveu provocar o Federal Reserve. Pediu corte de juros, reduções de impostos e fez um verdadeiro carnaval econômico no Fórum Econômico Mundial. Só que, em vez de alívio, isso gerou calafrios. Vai estimular a economia? Talvez. Mas pode também inflacionar tudo e criar um problemão internacional.
BANCO DO JAPÃO: DECISÃO INÉDITA OU TIRO NO ESCURO?
Enquanto isso, do outro lado do mundo, o Banco do Japão (BoJ) resolveu mexer no tabuleiro. E mexeu pesado. Depois de anos com juros congelados no quase nada, eles dobraram a aposta: aumentaram a taxa básica para 0,50%. Parece pouco? Não para o Japão, que tem vivido num “coma monetário” desde 2008. O movimento, inédito em mais de uma década, chacoalhou os mercados asiáticos e fez o iene dar uma guinada para cima.
Kazuo Ueda, o chefão do BoJ, explicou que o crescimento salarial e a inflação sob controle abriram espaço para essa jogada. Faz sentido? Sim. Mas, ao mesmo tempo, é um risco. A economia global está instável, e qualquer passo em falso pode virar avalanche. E como o mercado reagiu? O índice Nikkei deu um passo para trás, enquanto investidores correram para ajustar suas posições. Parece que ninguém quer arriscar.
BRASIL: IPCA, DÓLAR E JUROS – UM COQUETEL EXPLOSIVO
Aqui em terras tupiniquins, as notícias também não animam. O IPCA-15, famoso por antecipar a inflação oficial, subiu 0,11% em janeiro. Pode parecer pouco, mas no acumulado dos últimos 12 meses, já estamos com 4,5% de alta. E sabe quem sofre com isso? Você. Transporte e alimentos continuam subindo, e o poder de compra do brasileiro segue em queda livre. É como se cada ida ao mercado fosse um teste de sobrevivência.
E o dólar? Ah, o dólar. Começou a sexta-feira (24) cotado a R$ 5,89, com uma ligeira queda de 0,45% – um suspiro, talvez, mas não o suficiente para dar tranquilidade. Trump, novamente ele, resolveu pegar mais leve nas tensões com a China, o que deu um empurrãozinho nos mercados. Mas é bom não criar expectativas: o câmbio está imprevisível, e qualquer declaração infeliz de Washington pode virar um tsunami por aqui.
E os juros? Subiram. O mercado já espera ajustes na política monetária, o que deixa todo mundo em alerta. O Ibovespa futuro até ensaiou uma recuperação, subindo 0,26% e alcançando 123.445 pontos. Mas sejamos sinceros: isso é paliativo. O cenário está instável demais para qualquer otimismo exagerado.
QUAL É O JOGO AGORA?
A verdade é que o mercado financeiro virou um campo minado. Qualquer movimento das grandes economias – Estado Unidos, Japão, União Europeia – reverbera aqui. E o Brasil, que já tem seus próprios problemas, como inflação alta e volatilidade cambial, está no olho do furacão. A economia global está interligada, mas, no final, quem paga a conta são os consumidores, os trabalhadores e as pequenas empresas.
O que esperar daqui para frente? Ajustes, tensão e mais volatilidade. Não há respostas fáceis. O Banco Central brasileiro vai ter que ser cirúrgico, e o governo precisa evitar decisões que joguem gasolina na fogueira econômica. Mas a pergunta que fica é: será que estamos preparados para lidar com tudo isso? Ou só estamos adiando o inevitável?
E você, o que acha? Estamos no caminho certo ou só caminhando em círculos?