Politíca
Azevêdo e Daniella Ribeiro: Aliança estratégica ou jogo político para 2026?
O Palácio da Redenção foi palco de uma conversa que, por mais que tenha sido marcada por uma reunião formal, teve potencial para esquentar os bastidores da política paraibana. Daniella Ribeiro, a senadora do PSD, se encontrou com o governador João Azevêdo, do PSB, e, por mais que a pauta principal tenha sido um assunto sempre sério e necessário – a violência contra a mulher –, a sombra das eleições de 2026 pairou sobre o encontro. Não é segredo que ambos já se posicionam como protagonistas em uma corrida para o Senado, e isso, no jogo político, tem peso.
Daniella usou suas redes sociais para divulgar um resumo do encontro, já que, como boa política, sabe que visibilidade é tudo. Ela compartilhou detalhes sobre a discussão de medidas de combate à violência, principalmente no que se refere ao programa “Antes que Aconteça”, que visa ampliar as ações de proteção à mulher vítima de agressão. Não é pouca coisa, e a intenção é clara: reforçar o papel do governo estadual e a parceria entre as esferas de poder para enfrentar esse drama social.
A política de proteção à mulher é uma agenda fundamental, e o fato de a senadora dar ênfase a ela não é à toa. Não podemos ignorar a crescente violência contra a mulher em várias partes do Brasil, e iniciativas como essa podem ser vistas como um passo no caminho certo, mesmo que os desafios ainda sejam enormes. Claro que é difícil não se perguntar se tudo isso é, também, uma jogada de marketing político. A quantidade de projetos e propostas no papel nunca foi problema – o que importa é a execução.
Porém, o que realmente deixa os olhos atentos é o segundo assunto que o encontro trouxe à tona: o futuro político de ambos. João Azevêdo já está de olho no Senado, e Daniella Ribeiro, claro, também. Não faz muito sentido que ambos estejam discutindo um tema tão específico sem considerar as movimentações para 2026, não é? A Paraíba se prepara para uma disputa acirrada no próximo pleito, e esse encontro pode ser o primeiro movimento de uma série de articulações que definirá quem será quem no cenário político estadual e, claro, no nacional.
A preocupação de Azevêdo em relação ao Senado já é conhecida. Ele precisa começar a traçar a estratégia para consolidar sua candidatura, ganhar musculatura e não ser atropelado por figuras políticas mais consolidadas. Daniella, por sua vez, tem o desafio de se manter relevante. A senadora, que foi uma das vozes mais ativas em várias frentes, sabe que a reeleição será dura. Não é mais o “carisma” ou uma simples boa imagem que vai garantir o lugar dela no Senado. A guerra será travada na base eleitoral, nas articulações políticas e, claro, nas promessas cumpridas–algo que já está ficando cada vez mais difícil de garantir, dada a conjuntura política e econômica do país.
Agora, o grande ponto: o que realmente aconteceu nesse encontro? Foi só uma reunião técnica sobre políticas de combate à violência, ou, na verdade, foi o primeiro passo de uma aliança para garantir que ambos se tornem um bloco forte nas eleições de 2026? Ou, quem sabe, uma tática de fazer-se ver juntos para angariar apoio? Na política, tudo é jogo, e é impossível não questionar as intenções por trás das ações.
O cenário para as próximas eleições está se desenhando tensamente, mas a parceria entre Azevêdo e Daniella pode até dar algum alívio para quem busca uma atuação mais harmônica entre os poderes – ou quem sabe, ela seja apenas um prelúdio de um cenário ainda mais turbulento para a política paraibana. Só o tempo dirá.
Por enquanto, o que fica são o cheiro de articulação política no ar e a certeza de que, como em toda disputa, as promessas serão feitas, mas a efetividade delas, só veremos daqui a algum tempo.