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Sigilo sobre Janja: o que o governo quer esconder?
Mais uma polêmica no Planalto, e dessa vez a protagonista é Janja. A Controladoria-Geral da União (CGU) propôs uma mudança na Lei de Acesso à Informação (LAI), que poderia eliminar o famigerado sigilo de 100 anos sobre documentos públicos. Mas tem um detalhe curioso: essa alteração não atinge os dados da companheira do Lula. Por quê?
Janja tem um gabinete no terceiro andar do Palácio do Planalto, estrategicamente posicionado próximo ao do presidente. Possui uma equipe robusta, com pelo menos 12 assessores, e exerce um papel que, embora não seja oficial, se traduz em influência e participação ativa na gestão petista. Apesar disso, a Casa Civil se recusa a divulgar informações sobre sua agenda e compromissos. A justificativa? Proteção de dados pessoais.
A organização Transparência Internacional não gostou nada disso. O diretor-executivo da entidade criticou a falta de transparência e questionou por que as atividades da Janja estão sendo mantidas sob sigilo. O argumento é simples: se Janja tem participação ativa em questões governamentais, suas ações devem ser de interesse público.
O Congresso também entrou na discussão. A deputada federal Rosangela Moro resolveu agir e anunciou um projeto de lei para obrigar a divulgação de informações relacionadas à Janja. A ideia é garantir transparência nos gastos e na influência exercida por cônjuges de governantes. Afinal, se não há nada a esconder, por que dificultar o acesso às informações?
Esse sigilo reforça uma velha prática na política brasileira: criar zonas de sombra onde o público não pode enxergar. O governo precisa decidir se quer ser lembrado pela transparência ou pelo obscurantismo. A sociedade tem o direito de saber quem influencia as decisões do país e como o dinheiro público é gasto. O silêncio do Planalto sobre Janja diz muito. Mas até quando essa cortina de segredos vai se sustentar e por que o STF não tomam uma atitude, qual o motivo do silêncio dos supremos?