Politíca
Eliza diz ser contra mudança de nomes dos logradouros de João Pessoa: “querem apagar a história”
A vereadora Eliza Virgínia (PP) se posicionou contra a recomendação do Ministério Público da Paraíba (MPPB) para a mudança de nomes de ruas, bairros, edifícios e instituições públicas que homenageiam agentes da Ditadura Militar (1964-1985). Durante a sessão desta quinta-feira (6), na Câmara Municipal de João Pessoa, a parlamentar afirmou que a medida representa uma tentativa de reescrever a história do Brasil.
“Acho que o Ministério Público tem que procurar outra pauta. As pessoas da cidade não concordam com isso. A gente até pode fazer uma pergunta à população para saber se querem essa mudança. Querem apagar a história do Brasil”, declarou a vereadora.
A recomendação do MPPB deu um prazo de 15 dias úteis para a Câmara informar as medidas adotadas para modificar os nomes de logradouros ligados ao regime militar. A ação segue uma orientação da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e da Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória do Estado da Paraíba, que argumentam que a presença dessas homenagens mantém viva a herança da ditadura no espaço público.
Atualmente, João Pessoa possui diversas ruas e bairros nomeados em referência a figuras do período militar, como:
• Bairro Castelo Branco e Avenida Presidente Castelo Branco – em referência a Humberto de Alencar Castello Branco, primeiro presidente da ditadura.
• Bairro e Rua Costa e Silva – homenagem a Arthur da Costa e Silva, responsável pelo AI-5, o ato mais repressivo do regime.
• Rua Médici (Funcionários) – nome de Emílio Garrastazu Médici, presidente durante o período de maior repressão.
• Bairro Ernesto Geisel – referência ao general Ernesto Geisel, que comandou a transição para o fim do regime.
“O que sei do golpe de 1964 é que foi um contra-golpe. Existiam pessoas que queriam implantar a ditadura do proletariado e, contra isso, veio a ditadura militar. Se não fosse isso, o Brasil poderia ter se tornado um país comunista. Querem apagar a história e reescrevê-la nos moldes do atual governo”, afirmou Eliza Virgínia.
A vereadora reforçou que considera a medida uma tentativa de impor uma nova narrativa sobre o regime militar e disse que a população deve ser consultada antes de qualquer mudança.