Hugo Motta e o Republicanos: Mais espaço e representatividade rumo a 2026

Por Roberto Tomé

O Republicano chegou com força total à Paraíba e já deixou claro seu objetivo: ocupar um espaço significativo na chapa de 2026. Durante sua visita ao estado, nesta quarta-feira (07), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, demonstrou confiança no crescimento da legenda, mas sem precipitações quanto ao próximo pleito. “Temos que discutir 2026 em 2026. Agora é hora de trabalhar e entregar resultados. Nosso compromisso é com a população, e é isso que estamos fazendo”, afirmou o parlamentar, reforçando um discurso pragmático e focado no presente.

A estratégia de Motta é clara: consolidar a atuação do Republicanos com base em resultados concretos, garantindo um capital político robusto para negociar um espaço maior em 2026. E a possibilidade de ocupar duas vagas na chapa majoritária foi abordada sem rodeios. Em sintonia com Adriano Galdino, presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba e membro do partido, Motta defendeu que a questão será resolvida de forma pragmática. “Tudo precisa ser analisado com racionalidade. Não há regras fixas para isso. Se em 2026 o Republicano tiver nomes fortes que justifiquem a ocupação de duas vagas e isso trouxer competitividade à chapa, não vejo problema algum”, afirmou.

Essa postura indica um critério estratégico: a força dos nomes que emergirem no partido será determinante para a definição do espaço na chapa. Mais do que um simples desejo de protagonismo, o Republicano quer pautar a discussão eleitoral com base em nomes que tenham peso e viabilidade política.

Outro ponto que Hugo Motta fez questão de enfatizar foi à necessidade de um diálogo constante entre os partidos aliados ao governador João Azevêdo (PSB). Para ele, o sucesso da coalizão em 2026 dependerá de uma construção coletiva, respeitando os interesses e ambições de cada legenda. “Precisamos ouvir todos os partidos. Cada legenda tem seus interesses e ambições. Não queremos impor nada. O objetivo é agregar e construir um projeto coletivo para vencer a eleição”, disse.

Essa abordagem reflete um movimento calculado: ao se posicionar como uma força agregadora, o Republicano amplia suas chances de garantir maior espaço na chapa e reforça sua relevância na base governista. Com a eleição ainda distante, esse jogo de equilíbrio será fundamental para evitar confrontos prematuros e fortalecer alianças.

Mas a visita de Hugo Motta não se resumiu apenas a articulações eleitorais. O parlamentar também trouxe uma proposta que pode impactar diretamente a representação da Paraíba e de outros estados no Congresso Nacional: a ampliação do número de deputados federais de 513 para 527. Segundo ele, a medida é essencial para evitar que estados como a Paraíba percam cadeiras na Câmara dos Deputados.

A proposta surge em meio à determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), feita em agosto de 2025, para o Congresso recalcular a distribuição das cadeiras com base nos dados do Censo. Caso o Congresso não cumpra o prazo até junho de 2025, a responsabilidade passará para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que poderá levar a uma redistribuição desfavorável para estados com menor população.

“Nossa proposta é uma tentativa de preservar o equilíbrio representativo entre as diferentes regiões do país”, explicou Motta. Se a redistribuição ocorrer sem a criação de novas vagas, estados como Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Sul podem perder representação no Congresso, enquanto outros estados ganhariam assentos. Dessa forma, a proposta do Republicanos não apenas reforça a pauta da representatividade regional, mas também se alinha à estratégia do partido de garantir maior protagonismo na política nacional.

Com esses movimentos, Hugo Motta manda um recado claro: o Republicano quer crescer de maneira estruturada, sem pressa, mas com um planejamento meticuloso. A política brasileira passa por um momento de reconfiguração constante, e a proposta de ampliar o número de deputados é mais do que uma questão técnica — é uma manobra que garantirá que estados menores continuem tendo voz ativa no Congresso.

Ao mesmo tempo, a busca por mais espaço na chapa de 2026 mostra que o Republicanos não pretendem ser um coadjuvante nas próximas eleições. O partido quer consolidar sua força e influência, e faz isso sem confrontos desnecessários, mas com posicionamentos firmes e negociações bem conduzidas.

A visita de Hugo Motta à Paraíba, portanto, foi muito mais do que um ato de cortesia: foi uma movimentação estratégica que coloca o Republicanos em uma posição privilegiada no xadrez político paraibano e nacional. O jogo está apenas começando, mas os primeiros lances já dão indícios de que 2026 será uma disputa onde representatividade, alianças e estratégia política vão definir os vencedores. Resta saber quem estará pronto para esse desafio.