Inflação dos alimentos: Preço dos ovos dispara em fevereiro e alta chegou a 95% em certos locais, diz Cepea

O preço dos ovos disparou no último mês. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), desde o dia 13 de janeiro, os valores de negociação dos ovos brancos e vermelhos subiram nas cinco regiões observadas pela instituição.

A maior alta foi observada na Grande Belo Horizonte, onde a caixa com 30 dúzias de ovos brancos subiu 95,6%, saindo de R$ 128 para R$ 250. Pesquisadores do Cepea explicam que o avanço está atrelado ao aumento gradual da demanda pela proteína e à oferta limitada.

Ainda segundo o Cepea, o aumento se deve a dificuldades para atender à demanda de clientes regulares em diversas regiões, enquanto a busca por novos compradores também tem aumentado. 

O centro de pesquisas acredita que a procura deve permanecer aquecida nos próximos dias, impulsionada tanto pelo período de recebimento de salários quanto pelo retorno das aulas escolares.

Outras regiões que mostraram alta relevante foram Santa Maria de Jetibá (ES), com aumento de 88%; Grande São Paulo, com alta de 71,9%; Bastos (SP), com 69,4%; e Recife (PE), com 63%. Quanto aos ovos vermelhos, o aumento foi próximo em todas as regiões, oscilando entre 64% e 83%.

Supermercados manifestam preocupação

Nesta semana, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) alertou para o aumento expressivo no preço dos ovos de galinha repassado pelos fornecedores ao varejo. Nos mercados, a alta chega a 40% em diversas regiões do país.

“As empresas iniciaram o abastecimento das lojas para atender à demanda sazonal da Quaresma, mas a restrição na oferta e os aumentos de preços preocupam os supermercados. Além disso, o consumidor também tem recorrido mais aos ovos de galinha devido à alta dos preços das demais proteínas”, afirma o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.

Além do impacto no bolso, a Abras ressalta que os consumidores também enfrentam uma redução no peso médio dos ovos. Com a entrada em vigor da Portaria SDA nº 1.179, do Ministério da Agricultura e Pecuária, a nova classificação diminuiu o peso médio dos ovos em quase 10 gramas por unidade, afetando o custo-benefício do produto.