CIDADE
Vereador Alysson Gomes denuncia cobranças indevidas da ANE e falta de insumos para diabéticos em Santa Rita
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Por Roberto Tomé
O vereador Alysson Gomes, da cidade de Santa Rita, subiu à tribuna da Câmara Municipal para fazer graves denúncias contra a empresa ANE–Águas do Nordeste e a Secretaria de Saúde do município. Segundo o parlamentar, a concessionária tem feito cobranças indevidas e descumprido compromissos firmados com a população, enquanto a Secretaria de Saúde não fornece fitas e lancetas para monitoramento da diabetes há mais de cinco meses.
Durante sua fala, Alysson Gomes lembrou que já havia abordado o tema em 18 de abril de 2023, na 19ª sessão ordinária, quando questionou a taxa indevida cobrada pela ANE. Ele destacou que, mesmo após audiências públicas, a empresa seguiu sem prestar um serviço adequado e sem cumprir o cronograma de investimentos acordado.
O vereador também denunciou que a ANE atrasou um pagamento de R$ 3 milhões para a Prefeitura de Santa Rita e, ao contrário do que ocorre com os cidadãos comuns, não sofreu nenhuma incidência de juros. “Se qualquer morador atrasa um boleto, recebe cobrança com juros e multas. Mas a ANE atrasa R$ 3 milhões e não há penalização. Isso é inadmissível”, disparou.
Outro ponto levantado foi à questão do saneamento básico na cidade. O vereador afirmou que somente 4,65% da malha urbana de Santa Rita são saneadas, e que a maioria desse percentual está concentrada no centro da cidade. “Nos últimos três anos, qual foi à grande intervenção nesse setor? Nenhuma!”, questionou.
Alysson Gomes também criticou o PROCON, que, segundo ele, não dá andamento às denúncias feitas contra a ANE. O parlamentar desafiou os presentes a encontrarem uma ata de julgamento que tenha penalizado a empresa. “Nunca vi a ANE ser penalizada. Se houver que me mostrem”, afirmou.
O vereador Anésio Miranda reforçou as críticas e destacou ser um erro confundir esgoto embutido com saneamento básico. “Se não houver uma estação de tratamento, estamos diante de um crime ambiental. Estão contaminando o lençol freático e ainda recebendo dinheiro por isso”, disse Anésio.
Já o vereador Clóvis de Loi apresentou um caso concreto para exemplificar o problema. Ele mencionou o caso de Maria Helena Barbosa, moradora da Rua São José, que recebe uma conta de água de R$ 53,30 e paga R$ 42,42 de taxa de esgoto, mesmo sem ter acesso ao serviço. “Ela sobrevive do Bolsa Família e paga o dobro da conta de água por um serviço que não existe”, denunciou.
Outro ponto abordado pelo vereador Alysson Gomes foi à ausência de fitas e lancetas para monitoramento da glicose na rede pública de saúde. Ele leu uma mensagem recebida em seu gabinete de uma moradora do Alto das Populares, que relatou estar sem os insumos há cinco meses.
“Como uma paciente diabética monitora sua saúde sem esses itens essenciais? Isso é um pedido de socorro. Meu pai faleceu por complicações da diabetes e sei da importância desse acompanhamento”, desabafou o vereador.
Diante da gravidade da situação, Alysson Gomes sugeriu a criação de uma comissão para fiscalizar a ANE e cobrar soluções da empresa. Ele também pediu que a Câmara convocasse a direção da concessionária para prestar esclarecimentos.
“Esse é um problema de todos os 19 vereadores, independentemente de serem governo ou oposição. A população não pode continuar pagando por um serviço que não recebe”, finalizou.
O caso segue em discussão na Câmara Municipal, e a população espera medidas concretas para solucionar os problemas denunciados.