Politíca
Efraim Filho na presidência da Comissão de Orçamento: promessa de transparência ou mais um jogo de cena?

Por Roberto Tomé
O senador paraibano Efraim Filho (União Brasil) botou o pé firme na presidência da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional. Assumiu o posto com aquela fala ensaiada, típica de quem já conhece os corredores de Brasília: “transparência”, “responsabilidade”, “equilíbrio fiscal”. Tá bonito no papel, mas e, na prática, vai dar em quê?
Vamos ser diretos: todo ano tem político prometendo a tal da “gestão responsável”. A ladainha é a mesma — agilidade no orçamento, escuta à sociedade, respeito ao dinheiro público. Mas, quando a poeira baixa, o que sobra é jogo político, emenda pra cá, favores pra lá, e o povo ficando sempre pra depois.

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Por Roberto Tomé
Comissão poderosa, mas nas mãos de quem?
A Comissão Mista de Orçamento não é qualquer comissão, não. É ela quem define como o dinheiro da União vai ser torrado em 2026. São 40 membros titulares — 30 deputados e 10 senadores — decidindo o futuro de bilhões. No meio disso, tá Efraim, com a caneta na mão e a missão de conduzir esse barco num mar cheio de tubarão.
Além dele, a Paraíba ainda emplacou mais três nomes: o senador Veneziano e os deputados Romero Rodrigues e Wilson Santiago. Pode até parecer que estamos bem representados. Mas só parece. Porque, no final das contas, o que interessa não é quantos estão lá — é pra quem eles trabalham.
Prometer é fácil. Cumprir é outra história.
Efraim já chegou dizendo que vai dar celeridade ao processo. Mas, francamente, a pressa não pode ser desculpa pra passar o trator por cima do debate. A sociedade quer entender onde esse dinheiro tá indo. Quer saber se a escola vai sair do papel, se o hospital vai ser entregue, se a estrada vai ser feita de verdade — e não só na propaganda.
Ele ainda soltou essa:
— “O orçamento deixou de ser algo técnico pra virar pauta da sociedade, do mercado, dos investidores.”
Tá certo. Mas se virou pauta do povo, então que seja o povo o foco. Porque de orçamento voltado pra agradar banqueiro e fundo de investimento, o Brasil já tá cheio. Tá na hora de pensar nos que acordam cedo, pegam ônibus lotado, esperam meses por uma consulta e veem o salário derreter antes do fim do mês.
Mais do mesmo ou chance real de mudança?
Agora a bronca é essa: Efraim vai mesmo romper com o modelo antigo ou vai seguir o roteiro de sempre? Vai colocar o dedo na ferida ou vai só botar maquiagem no problema? Porque, cá pra nós, essa conversa de “nova política” já cansou. O povo quer é ação — e com resultado.
A responsabilidade que ele tanto fala começa com coragem. Coragem pra bater de frente com os acordos por baixo dos panos. Coragem pra cortar privilégios. Coragem pra dizer “não” pra quem quer usar o orçamento como moeda de troca.
E pra encerrar, sem arrodeio:
Efraim tá com a batuta na mão, mas o povo tá de olho. A gente quer saber se ele vai reger uma orquestra de mudanças ou só mais um coral de promessas vazias. E você, senador, vai ser lembrado como quem enfrentou o sistema ou como só mais um que dançou conforme a música?