Segurança Pública
O Exército perdeu um dos seus maiores centros de elite! O Centro Militar de Tiro, construído com milhões do povo, foi fechado e agora está largado às traças
Enquanto os atletas se preparam para 2028, o Exército vê seu principal centro de tiro ser fechado! Um escândalo nacional que expõe o abandono da infraestrutura militar no Brasil

O fechamento do Centro Militar de Tiro Esportivo (CMTE), localizado no Parque Olímpico de Deodoro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, marcou um duro golpe para o esporte brasileiro e para as estruturas de treinamento das Forças Armadas. A decisão foi tomada após o governo federal encerrar o acordo de cooperação que repassava recursos ao Exército, inviabilizando a continuidade das atividades do local. A ausência de diálogo prévio, o desinteresse pelas estruturas de defesa e a falta de planejamento expuseram uma crise estrutural que compromete o legado olímpico e a capacidade técnica do país.
Exército perde centro estratégico de treinamento
O Centro Militar de Tiro Esportivo, uma das principais estruturas herdadas dos Jogos Olímpicos do Rio 2016, foi projetado não apenas como um espaço para competições esportivas, mas como um centro de excelência para o treinamento de militares e atletas de alto rendimento. O local atendia a mais de dez modalidades, sendo referência nacional no preparo de atiradores e instrutores das Forças Armadas.
Com o encerramento do convênio entre o Ministério do Esporte e o Exército, anunciado sem aviso prévio, o centro foi fechado e encontra-se agora em estado de abandono. A Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE) expressou indignação diante da forma como o processo foi conduzido. Em comunicado oficial, a entidade afirmou ter sido informada apenas após o fechamento do espaço, o que inviabilizou qualquer tentativa de articulação com patrocinadores ou outras instâncias institucionais.
A falta de planejamento e de comunicação adequada revela uma desconexão preocupante entre os gestores públicos e as necessidades operacionais das Forças Armadas. O Exército, que sempre utilizou o local como base de treinamento estratégico, agora perde uma infraestrutura moderna, construída com investimento público e voltada também para situações de emergência, operações especiais e simulações de combate urbano.
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Impacto técnico e simbólico: Exército fragilizado diante da falta de investimentos
O impacto do fechamento vai além das quadras e dos estandes de tiro. Trata-se de uma perda estratégica para a formação militar. Países como Estados Unidos, China e Rússia mantêm centros de treinamento especializados em tiro militar, investindo constantemente em tecnologia de ponta, simulações realistas e formação intensiva. Essas nações entendem que o domínio das técnicas de precisão e eficácia no uso de armamentos é vital para a prontidão de suas tropas.
No Brasil, no entanto, o movimento parece ser inverso. Com o fim das atividades no CMTE, o Exército brasileiro se vê desprovido de um dos poucos espaços de nível olímpico disponíveis para o treinamento técnico e mental de seus militares. O desprezo pelo potencial do centro reflete uma política de desvalorização da defesa nacional e da preparação de elite.
Além disso, o momento é particularmente contraditório. O Brasil recentemente formalizou sua candidatura para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2031, ao mesmo tempo em que os atletas do país se preparam para os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028. Encerrar um centro de excelência nesse contexto é uma decisão que fere frontalmente os objetivos esportivos e compromete a imagem internacional do país.
Legado olímpico ignorado: quase R$ 900 milhões desperdiçados
Entre 2004 e 2016, os investimentos realizados no Parque Olímpico de Deodoro ultrapassaram a marca dos R$ 900 milhões, dinheiro público que deveria garantir um legado duradouro para o esporte e para a defesa nacional. O fechamento do Centro Militar de Tiro, bem como de outras instalações como a Arena da Juventude, o Centro Militar de Hipismo e a Arena de Hóquei, representa o colapso desse projeto.
A ausência de um plano de manutenção e a falta de continuidade nas parcerias públicas evidenciam o risco de degradação acelerada das estruturas. Enquanto outras arenas seguem funcionando com apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro, o setor militar foi o mais afetado, principalmente o Exército, que já vinha sofrendo com o esvaziamento institucional de seus programas estratégicos.
Não é a primeira vez que decisões políticas comprometem a operacionalidade das Forças Armadas. Em 2024, o governo federal também decidiu encerrar a histórica base aérea do Recife e retirar o Exército do programa Calha Norte, que atendia comunidades ribeirinhas na Amazônia. Agora, com o fechamento do CMTE, fica evidente uma tendência de enfraquecimento progressivo da capacidade militar brasileira.
Diálogo inexistente e prejuízo coletivo
O que mais surpreende em todo esse processo é a ausência completa de diálogo. Se a CBTE tivesse sido avisada com antecedência, haveria a possibilidade de buscar soluções conjuntas, alternativas de financiamento ou uso compartilhado da estrutura. No entanto, o fechamento foi unilateral, silencioso e repentino, como se o centro não tivesse valor algum.
O Exército informou em nota oficial que não havia mais condições de manter o funcionamento do centro sem o repasse de recursos federais. No entanto, a decisão revela muito mais do que uma simples dificuldade orçamentária. Trata-se de um movimento político deliberado que demonstra desinteresse pela manutenção de estruturas estratégicas.
O Brasil caminha, portanto, na contramão das grandes potências. Ao desmontar instalações que poderiam garantir a formação técnica de excelência de suas tropas, o país compromete não apenas sua capacidade de defesa, mas também a construção de uma identidade esportiva sólida. Sem centros como o de Deodoro, perde-se a chance de formar campeões olímpicos, instrutores capacitados e soldados preparados para enfrentar os desafios modernos.
Quantas perdas mais o Brasil suportará?
O fechamento do Centro Militar de Tiro Esportivo deve servir como alerta. Não se trata apenas da perda de um espaço físico, mas da desconstrução de uma política pública que unia esporte, defesa e legado olímpico. O Exército brasileiro, privado de uma estrutura vital, torna-se mais vulnerável num cenário global cada vez mais competitivo e instável.
O que está em jogo é a própria noção de soberania e preparo nacional. Ignorar a importância da infraestrutura de treinamento militar e esportivo é um erro estratégico de grandes proporções. Resta saber quantas perdas mais o país está disposto a aceitar antes de entender que sem investimento, diálogo e planejamento, não há futuro para o esporte, para a defesa e para a dignidade das instituições nacionais.