Segurança Pública
Tropa fala, ALPB escuta: reforma na PM é promessa boa ou só conversa fiada?

Por Roberto Tomé
A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) pegou fogo de debate na última segunda-feira (5), com uma audiência pública daquelas de encher os bancos do plenário. A pauta? O Projeto de Lei 42/2025, do Governo do Estado, que pretende dar uma geral na estrutura da Polícia Militar da Paraíba. O clima foi de escuta, pressão, promessa e um rastro de dúvida no ar.
Quem abriu a porteira foi a Comissão de Administração, Serviço Público e Segurança da Casa, puxando o povo fardado, as associações e os parlamentares pro terreiro da conversa. O projeto ainda tá tramitando, mas já causou rebuliço — promete criar novos comandos, batalhões, companhias especializadas e diretorias de inteligência, contrainteligência e inovação tecnológica. Um fôlego novo no papel… mas será que sai do papel?
O presidente da ALPB, Adriano Galdino, deu o recado firme, defendendo o diálogo entre tropa e Governo:
“Essa é uma oportunidade valiosa pra escutar quem bota o peito na rua. Ninguém melhor do que os próprios policiais pra dizer o que tá faltando e o que pode melhorar. Nosso compromisso é buscar uma segurança justa pra quem protege o povo.”
Já o deputado Sargento Neto, que conhece o chão de quartel, foi direto ao ponto:
“Essa audiência serviu pra tirar as dúvidas que andam borbulhando entre os praças e oficiais. A Casa Legislativa tem que servir de ponte entre a tropa e o Governo. Só assim a gente acha saída pros problemas.”
O que o projeto muda de verdade?
A proposta é arrojada:
- Criação de novos Comandos de Operações de Choque, Policiamentos Especializados e Regional IV;
- Novos batalhões de Força Tática, Choque, Grupamento Aéreo e Companhia com Cães;
- Instalação das Diretorias de Inteligência, Contrainteligência, Tecnologia e Inovação;
- Expansão das unidades de apoio e patrulhamento regional.
Em outras palavras: é mudança pra todo lado, mexendo de soldado a coronel. Só que, pra parte da tropa, o medo é que tudo fique bonito só na teoria e pesado demais na prática.
Cabo Gilberto bota o dedo na ferida
O deputado federal Cabo Gilberto subiu o tom e pediu mais escuta:
“Quem vai sentir essa reestruturação nas costas é o policial lá da ponta. A gente precisa de uma lei que seja justa pra todos — do soldado ao coronel — e, acima de tudo, que beneficie o povo paraibano. A Assembleia tá de parabéns por abrir essa escuta.”
Tropa presente, sertão representado
Estavam todos lá:
- Sargento Hélio Rodrigues (UMESP);
- Sargento Martins (Associação de Cabos e Soldados);
- Major Brito (ASSOF);
- Capitão Gerailton (representando os oficiais);
- Valter Lima (Associação dos Militares Licenciados);
- Os suplentes de vereador Plínio Gamos (Campina Grande) e Sargento Patrian (Patos).
Além dos deputados estaduais George Morais e Sargento Ruy, reforçando a trincheira de apoio.
O debate mostrou que, na Paraíba, o povo da farda não quer ser tratado como peça de tabuleiro. Quer respeito, quer estrutura e quer ser ouvido.
E agora, cabra?
O projeto ainda tem chão pra percorrer nas comissões da Assembleia. O que ficou claro é que a segurança pública tá no centro do batente político, e a tropa quer mais do que promessa: quer resultado.
No fim das contas, o povo quer paz. E paz se constrói com polícia respeitada, valorizada e estruturada — do chão rachado do sertão ao asfalto quente da capital.
A reestruturação da PM da Paraíba pode ser o passo que faltava ou o tropeço que ninguém quer. Cabe ao Governo e à Assembleia decidir se vão ouvir ou empurrar. O matuto tá de olho, e quando o povo olha firme, ninguém governa em silêncio.
Do Portal Informa Paraíba, a voz quente do povo da terra rachada, que escuta, denuncia e conta tudim, sem medo, do jeito que o sertanejo gosta: com verdade, coragem e o sotaque forte do nosso sertão. Aqui, a notícia tem raiz, tem juízo e tem sangue no olho.