Nacional
Dallagnol diz que Lava Jato ‘renasce como Fênix’ e declara voto em Bolsonaro
Com 344.917 votos, o lavajatista, ficou na frente de nomes conhecidos da política, como Gleisi Hoffman, do PT (eleita com 261.247 votos)
Com o resultado das eleições deste domingo, 2, Deltan Dallagnol ingressa na Câmara dos Deputados, passando a atuar ao lado de políticos que estiveram sob o seu crivo durante o comando da operação Lava Jato. O ex-procurador da República declara apoio a Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno ao afirmar, em entrevista concedida ao Estadão nesta segunda-feira, 3, que não se unirá ‘às pessoas, mas em torno de ideias’. Reformas no Supremo e novos critérios para escolha de ministros também fazem parte da agenda.
Com 344.917 votos, o lavajatista, ficou na frente de nomes conhecidos da política, como Gleisi Hoffman, do PT (eleita com 261.247 votos), Ricardo Barros, do PP (107.022 votos) e Luísa Canziani, do PSD (74.643 votos). No agradecimento aos votos dos eleitores, Dallagnol diz que a Lava Jato renasceu como uma fênix, mas não das cinzas, e sim dos corações dos mais de 340 mil paranaenses.
Sua campanha foi pautada em torno de propostas de combate à corrupção e de resgate do capital político da Lava Jato. Em nota divulgada pela sua assessoria após a confirmação da vitória, ele repudia a possibilidade de vitória do PT: “enquanto o ex-presidente Lula foi investigado e condenado em três instâncias com abundância de provas, o atual presidente sequer foi alvo de uma acusação formal até hoje”. Além de afirmar que não medirá esforços para impedir o retorno do petismo ao Planalto, já anunciou apoio a Bolsonaro no segundo turno. “É preciso unir o centro e a direita. Sou independente, conservador, cristão evangélico. Tenho ressalvas ao governo atual, mas, apesar das ressalvas, no segundo turno meu voto será em Bolsonaro contra Lula e o PT.”
Em entrevista concedida ao Estadão, Deltan Dallagnol sinaliza intenção de resgatar projetos de lei que aumentam as prerrogativas de atuação do Poder Judiciário e do Ministério Público. O lavajatista critica o Congresso e o Supremo, aos quais atribui a responsabilidade pelo fim da operação que coordenou. Confira:
Como o sr. pretende enfrentar vícios anacrônicos da Câmara?
Com o apoio da sociedade, com preparação política e com estratégia. A minha votação ontem (2) foi histórica: foram mais de 344 mil votos, o que mostra que a sociedade ainda não desistiu do combate à corrupção representado pela Lava Jato. Para se ter uma ideia, se você aplicar proporcionalmente a minha votação para o Estado de São Paulo, que é o maior colégio eleitoral do País, nosso projeto teria recebido mais de 1 milhão e 300 mil votos, superior ao candidato mais votado. Tenho me preparado durante todo este ano para a função. Se esses vícios não forem superados com o Congresso atual, vou continuar lutando por projetos partidários e apartidários de renovação política, para que tenhamos condições de vencer isso no futuro. A luta contra grandes injustiças sociais sempre foram vencidas com fé, coragem e perseverança, e isso não aconteceu da noite pro dia.