Nacional
Em cinco estados: observadores internacionais acompanham a coleta e aprendem sobre o Censo 2022
Destaques
- Observa Censo 2022 contou com a participação de 18 países da América Latina, Caribe e África.
- Os observadores internacionais visitaram Belo Horizonte (MG), Cabo Frio (RJ), Florianópolis (SC), Recife (PE), Boa Vista (RR) e Pacaraima (RR).
- Durante uma semana, trabalho de coleta e supervisão da operação censitária foi acompanhado por especialistas em estatísticas.
- Após troca de experiências, representantes dos países levam inovações tecnológicas e metodológicas para a preparação de suas pesquisas.
- “Algo que me chama atenção é a adesão das pessoas, a sensibilização com o Censo”, Jean Pierre Bahoum, observador do Senegal.
A coleta do Censo 2022 seguia, na tarde do dia 19 setembro, no bairro Peró, em Cabo Frio (RJ), um dos principais destinos turísticos do estado, com os recenseadores batendo de porta em porta para preencher os questionários com os moradores. Mas comentários em francês quebravam a normalidade operação. Eles vinham do senegalês Jean Pierre Bahoum, um dos participantes do Observa Censo 2022, e logo eram traduzidos por Jocelyn Vincent Freulon, como esse: “algo que me chama atenção é a adesão das pessoas, a sensibilização com o Censo”, destacou o observador.
Concebido pelo IBGE em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o projeto teve como objetivo trazer observadores de diversos países para acompanhar os trabalhos do Censo Demográfico brasileiro por uma semana, durante o processo de coleta de dados. Essa foi mais uma ação de transparência e compartilhamento de experiências, metodologias, novas tecnologias e boas práticas que vêm sendo desenvolvidas pelo IBGE ao longo dos anos.
Divididos por cinco unidades da Federação, os observadores internacionais visitaram Belo Horizonte (MG) – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe; Cabo Frio (RJ) – Bahamas, Belize, Senegal, Sudão e Trinidad e Tobago; Florianópolis (SC) – Chile, Peru e Uruguai; Recife (PE) – Colômbia, Equador, México, República Dominicana e Honduras; e Boa Vista e Pacaraima (RR) – representantes dos órgãos internacionais CEPAL, ACNUR, OIM e UNICEF.
A ideia desse projeto é promover uma interação e mostrar aos observadores internacionais como é o modo de trabalhar do IBGE. Mostrar nossa técnica, nossa tecnologia ao realizar o Censo, para que eles consigam desenvolver um bom trabalho em seus países de origem”, explica o superintendente do IBGE no Rio de Janeiro, José Francisco Teixeira Carvalho.
O senegalês Jean Pierre, devidamente trajado com colete e crachá do IBGE, destaca como o processo de preparação está ajudando na pesquisa. “O principal objetivo dessa visita ao Brasil é ver como se faz o Censo aqui, quais são as práticas de como a pesquisa é feita em outros países e levar esse conhecimento de volta. O IBGE faz um trabalho excelente e dá pra ver que houve uma etapa de preparação. Quando os recenseadores chegam às casas, é perceptível que já existe muita informação sobre a pesquisa”, analisa o observador africano.
O grupo de observadores em Cabo Frio foi composto por representantes de Senegal, Trinidad e Tobago, Belize, Bahamas e Sudão, além dos tradutores. Na parte da manhã, todos se reuniram no auditório da Escola Municipal Alfredo Castro, um dos locais utilizados no treinamento dos recenseadores na cidade, para apresentações sobre a operação censitária – desde a estrutura física necessária até o recrutamento e treinamento, incluindo questionários, metodologias e tecnologias inovadoras utilizadas neste Censo.
Após as palestras, os participantes foram divididos por quatro setores censitários pela região, urbanos e rurais, para acompanhar o processo de coleta, as tecnologias utilizadas e perceber como o IBGE tem sido recebido pelos brasileiros.
“Em nosso próximo censo utilizaremos pela primeira vez o sistema de entrevistas pessoais com o auxílio de dispositivo móvel. É um novo foco para nós, portanto, um de nossos principais objetivos nessa visita é ver como a coleta com o dispositivo funciona. Temos observado também maneiras diferentes de conduzir a pesquisa, por exemplo, o número de retornos aos domicílios é quatro, enquanto o nosso é dois ou três, então estamos observando e aprendendo novas metodologias e maneiras de realizar uma pesquisa censitária”, avalia Nalini Inga Bahadoorsingh, representante de Trinidad e Tobago.
Para o recenseador Rodrigo Dumacy, que foi observado durante as entrevistas no bairro Peró, onde também mora, a visita foi uma boa surpresa e tem ajudado a explicar a relevância da pesquisa para o país.
“Essa visita dos observadores a Cabo Frio tem sido muito boa. Até na hora de entrevistar as pessoas, quando explico que são pessoas de outros países observando o Censo, elas percebem ainda mais a importância da pesquisa e da resposta ao questionário”, relatou Rodrigo.
Os observadores receberam um conjunto de uniforme dos recenseadores, com colete, crachá, boné e bolsa, e presenciaram o processo de coleta, acompanhando o funcionamento do Dispositivo Móvel de Coleta (DMC) e o processo de supervisão da operação em postos de coleta. A ideia foi apresentar as diversas realidades enfrentadas pela operação censitária, com setores urbanos e rurais, assim como localidades com peculiaridades como Cabo Frio, local onde existem muitas casas de veraneio, e como funcionam os procedimentos do IBGE para realizar a pesquisa
Fonte: IBGE