Saúde
Nova técnica cirúrgica permite controle sem precedentes de uma mão biônica
Ilustração esquemática do procedimento cirúrgico que criou construções eletroneuromusculares para controlar a prótese. Eletrodos e uma interface osseointegrada fornecem a conexão elétrica e mecânica à prótese, respectivamente.
Prótese biônica
Uma equipe multidisciplinar de cirurgiões e engenheiros conseguiu pela primeira vez reconfigurar um membro residual para integrar sensores e um implante esquelético, que permitiram então conectar elétrica e mecanicamente a extremidade do corpo a uma prótese.
Dissecando os nervos periféricos e redistribuindo-os para novos alvos musculares, que foram usados como “amplificadores biológicos”, a técnica permitiu implantar uma prótese verdadeiramente biônica, que agora pode acessar muito mais informações para que o usuário possa comandar as articulações robóticas à vontade.
Membros protéticos são a solução mais comum para substituir a extremidade perdida de um membro. No entanto, eles são difíceis de controlar e muitas vezes não confiáveis, com apenas alguns movimentos disponíveis.
Essas ineficiências são ainda maiores em níveis de amputação mais altos, como acima do cotovelo, onde não restam muitos músculos para comandar as muitas articulações robóticas necessárias para restaurar verdadeiramente a função do braço, da mão e de cada dedo.
Esta nova técnica soluciona esses problemas. Mas não foi uma invenção repentina: O esforço representa o coroamento de mais de 30 anos de pesquisa e desenvolvimento na área.
“Nós demonstramos que a religação de nervos para diferentes alvos musculares de maneira distribuída e simultânea não é apenas possível, mas também conducente a um melhor controle protético. Uma característica fundamental do nosso trabalho é que temos a possibilidade de implementar clinicamente procedimentos cirúrgicos mais refinados e incorporar sensores nas construções neuromusculares no momento da cirurgia, que depois conectamos ao sistema eletrônico da prótese por meio de uma interface osseointegrada. Algoritmos de inteligência artificial cuidam do resto,” disse o Dr. Max Ortiz Catalan, da Universidade de Chalmers (Suécia).
Além de permitir o implante de próteses biônicas mais eficazes, este desenvolvimento deverá otimizar o projeto de novas próteses, que agora poderão ser projetadas e fabricadas com maiores possibilidades de controle e ajustes.