Educação & Cultura
Saiba como a escola pode ajudar crianças com Tdah
Mais de 2 milhões de brasileiros têm TDAH, conforme estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS). Mesmo assim, o tema ainda não é suficientemente discutido, o que faz com que muitas das crianças que possuem esse transtorno não sejam compreendidas e/ou assistidas da melhor forma.
Nesse sentido, o ambiente educacional tem um papel decisivo: o de orientar as famílias a buscarem auxílio médico para a identificação do TDAH, quando necessário, e de adotar medidas para diminuir o impacto do transtorno no aprendizado dos estudantes e seus reflexos na vida adulta. Descubra qual a importância de escolher um colégio com essa preocupação e como os pais podem ajudar os filhos com TDAH da melhor maneira.
O que é o TDAH?
TDAH é a sigla para Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Em geral, o transtorno tem origem genética e surge ainda na fase da infância, por mais que o diagnóstico possa vir depois dela.
Além do fator hereditário, o TDAH também pode ser estimulado pelo uso de substâncias, como a nicotina e o álcool durante a gravidez, por sofrimento fetal durante o parto e, até mesmo, por convivência em ambientes conturbados, entre outros fatores. O transtorno é dividido em tipos, que têm sintomas distintos e afetam as crianças de formas diferentes.
TDAH do tipo desatento
Crianças com TDAH do tipo desatento têm dificuldade para focar na execução das atividades diárias. Isso faz com que qualquer estímulo externo, por menor que seja, disperse a atenção do pequeno.
Alguns sintomas comuns são:
- pouco interesse por projetos iniciados: a criança não consegue se envolver de maneira profunda com os projetos que inicia, abandonando tarefas pela metade;
- hiperfoco: excesso de foco em assuntos de maior interesse, como jogos eletrônicos;
- falta de organização: dificuldade em manter a ordem em qualquer esfera da vida, seja com objetos pessoais, seja com métodos de estudo;
- “perda do fio da meada” em conversas: o famoso “branco” durante uma explicação ou conversa pode ser algo recorrente para quem tem esse tipo de TDAH.
TDAH do tipo hiperativo-impulsivo
Quando a criança é excessivamente agitada e não consegue ficar parada, é muito ansiosa, impaciente e, até mesmo, apresenta episódios de agressividade, pode sofrer de TDAH do tipo hiperativo-impulsivo.
Contudo, crianças normalmente possuem muita energia. Por isso, é importante conhecer bem os sintomas para não provocar confusões:
- comportamento explosivo: qualquer problema pode gerar irritação e, até mesmo, reações explosivas e agressivas;
- baixa tolerância aos erros alheios: uma criança com TDAH se irrita com facilidade diante dos erros dos outros;
- conversa em excesso: falar sem parar, muitas vezes, sem focar num assunto específico, pode ser um sinal de alerta para TDAH;
- facilidade em desenvolver vícios: na infância, a criança com TDAH pode desenvolver vícios em jogos, dispositivos eletrônicos e outros.
É possível, ainda, sofrer de uma combinação desses dois tipos. Nesse caso, a criança apresenta sintomas, tanto do tipo desatento quanto do tipo hiperativo-impulsivo, cada um deles podendo se manifestar em maior ou menor intensidade.
É importante pontuar que o diagnóstico de TDAH deve ser dado por um médico, pois ter um, ou até mais de um, dos sintomas listados anteriormente não é garantia de que a criança ou jovem possuam tal transtorno.
Qual a importância da escola na administração de possíveis casos de TDAH?
No passado, por falta de informação a respeito do transtorno, frequentemente, um aluno com TDAH na escola era classificado como indisciplinado, bagunceiro e outros estereótipos que só agravavam o quadro. Hoje em dia, contudo, o tema é cada vez mais presente e discutido no ambiente escolar.
O papel da escola, nesse sentido, é sempre fazer o possível para identificar possíveis casos de TDAH entre os seus alunos e promover ações para agilizar o tratamento. Para isso, o colégio pode organizar palestras e outras ações para orientar os professores quanto aos sinais de atenção para o transtorno durante as aulas e, até mesmo, educar as famílias para que também consigam buscar auxílio médico para investigar a existência do transtorno a partir da verificação de determinados sintomas em alguns casos.
O que a escola pode fazer para ajudar?
Por conta do seu principal sintoma, a dificuldade de atenção e foco nas tarefas, a queda de desempenho acadêmico é uma das principais características do TDAH na escola. Crianças que sofrem do transtorno não conseguem acompanhar o ritmo dos colegas de classe, perdendo o interesse pelos estudos com facilidade e, inclusive, tendendo à evasão escolar.
Nesse sentido, a escola dos seus filhos deve não somente estar atenta aos estudantes com dificuldades, como também deve tomar atitudes que ajudem as crianças a manter o ritmo e a superar os obstáculos no aprendizado, como as que listamos, a seguir.
Saber identificar o transtorno e adaptar o ensino
Ao notar sintomas de TDAH nos estudantes, os professores, com o apoio da escola, podem adaptar os métodos de ensino para ajudar a criança a manter o foco nas atividades escolares.
Mantê-la próxima da mesa do professor para garantir a completa atenção durante as aulas é um exemplo interessante. Isso evita distrações e permite que o professor traga a criança de volta para o foco quando ela dispersar.
Planejar aulas mais atrativas
A monotonia durante as aulas facilita a dispersão do aluno com TDAH na escola. Por isso, desenvolver práticas pedagógicas que tornem a aula mais interessante ajuda a conquistar a atenção desses alunos e diminui as chances de dispersão.
Para isso, o professor pode investir em assuntos de interesse desses alunos, como os jogos eletrônicos, combinados aos temas a serem trabalhados durante as aulas. Essa estratégia é chamada de gamificação e já apresenta resultados expressivos no aprendizado.
Ter metodologias que ajudem diferentes perfis de alunos
Personalizar o ensino ajuda crianças com TDAH na escola a manterem o nível de aprendizado alinhado com o dos demais estudantes. Assim, o professor evita que elas se sintam menos capazes por não conseguirem executar as atividades como deveriam, estimulando a sua autoconfiança.
É possível, por exemplo, incentivar atividades que exijam mais comprometimento criativo do que esforço mental, sempre que possível. As opções incluem:
- atividades de recorte e colagem;
- apresentações de dança ou teatro;
- aulas interativas;
- gincanas educativas.
Qual o papel dos responsáveis no apoio a crianças com esse transtorno?
Ao identificar os sintomas ou mesmo serem informados pela escola a respeito da possibilidade de TDAH em seus filhos, o papel dos pais é o de buscar auxílio médico para chegar a um diagnóstico preciso. Dessa forma, será mais fácil identificar as necessidades da criança e pensar no melhor tratamento para ela.
Além disso, o reforço positivo, ou seja, os feedbacks, ajudarão a criança a entender o que está fazendo de correto ao ser reconhecida por isso, e a descobrir o que foi feito de errado quando o erro acontecer, sempre oferecendo suporte nesse momento a ela.
O TDAH na escola pode ser desafiador para as crianças e para os docentes. Contudo, com a devida orientação e apoio pedagógico, todos estarão preparados para tomarem as melhores atitudes para o bom desenvolvimento dos pequenos que sofrem de tal transtorno, sempre com foco no seu bem-estar.
Gostou de saber mais sobre o TDAH na escola e qual a melhor forma de ajudar as crianças, tanto no ambiente escolar quanto no familiar? Então, assine a nossa newsletter e receba mais dicas a respeito desse e de outros temas importantes para o bom desenvolvimento educacional de seu filho!