Educação & Cultura
Do Brasil para o mundo: alta demanda por ensino bilíngue estimula expansão de redes no país
Pais deixam de priorizar aprovação em universidade pública brasileira na hora da decisão da matricula e passam a escolher instituições que ajudem os filhos a estudarem, e até viverem, no exterior”
Preocupação crescente nas famílias, a busca por educação de qualidade para crianças e adolescentes está turbinando o segmento de escolas que se apresentam como bilíngues, com a promessa de uma educação internacional em português e também em uma ou mais línguas estrangeiras — preferencialmente inglês — desde a primeira infância.
A perspectiva de que os filhos possam sair do ensino médio fluentes em outro idioma e dotados de habilidades capazes de conquistar um lugar em universidades fora do Brasil deixa cada vez mais pais dispostos a pagar mensalidades nada baratas (podem superar R$ 9 mil), em busca dos selos internacionais que se multiplicam na publicidade dos grupos privados de educação. O modelo virou um vetor de crescimento de grandes redes, que vão além de grandes centros e desbravam o interior.
Não há uma definição específica do Ministério da Educação de escola bilíngue, mas no setor convencionam-se estabelecimentos com ao menos 50% do conteúdo programático em um segundo idioma. Boa parte diz ter até 80% do currículo, incluindo matemática ou ciências, aplicados em outra língua, diferentemente de escolas que tradicionalmente têm ênfase em inglês, francês ou alemão como disciplinas.
Faltam estatísticas sobre o segmento, mas agentes desse mercado estimam que 20% das escolas particulares hoje sejam bilíngues.