ECONOMIA
Coreia do Sul: a economia mais inovadora do mundo. EUA perde espaço, China avança, Brasil afunda
Sabe como isso acontece? Política industrial e política de inovação, com fortalecimento de empresas nacionais. A China também vem crescendo e os EUA caindo. Uma das principais estratégias da Coreia é o elevado investimento em pesquisa e desenvolvimento, principalmente com os chaebols, em parceria com o Estado. Vejam no gráfico abaixo que o investimento em P&D como proporção do PIB é elevadíssimo, 4,81% em 2018. Compare com o Brasil. Como reconhecimento da essencialidade do papel da inovação, para 2021, o governo anunciou o plano para incentivar o desenvolvimento de tecnologias industriais inovadoras, que inclui investimentos no valor de 4,95 trilhões de won (US$ 4,53 bilhões). O valor é um crescimento de 18,7%, ante 2020, quando o investimento foi de 4,17 trilhões de won. O ministério explicou que decidiu aumentar o montante para garantir o ímpeto de crescimento futuro em meio à desaceleração econômica global causada pela pandemia de COVID-19. Isso faz parte da iniciativa do presidente Moon Jae-in, para expandir a presença do país nas lucrativas indústrias de energia renovável e tecnologia ecológica e alcançar a neutralidade de carbono até 2050, o ministério disse que gastará 859,2 bilhões de won. A inovação e o desenvolvimento sustentável fazem parte do New Deal. Coreano, um projeto de investimento de mais de 160 trilhões de wones (US$ 132,67 bilhões,10% do PIB da Coreia), destinados para a inovação, sustentabilidade e geração de empregos). A relação entre as grandes corporações nacionais – conhecidas como Chaebols – e o Estado sempre foi essencial na trajetória de catch up tecnológico e desenvolvimento econômico do país.
Chama também a atenção a ascensão da China e queda dos EUA em inovação. Os EUA e a China são responsáveis por grande parte da inovação mundial e também estão travando uma batalha em áreas-chave de política, como direitos de propriedade intelectual. A diferença entre eles diminuiu continuamente desde 2013. Este ano, ambos viram suas classificações cair. Entendem agora porque os EUA estão boicotando a China? Na China, no quinto plenário do 19º Comitê Central do Partido Comunista, Xi Jinping destacou alguns dos principais temas do 14º Plano Quinquenal, principalmente focando no “Dual Circulation Strategy”, focando no mercado interno e na inovação. Biden já prometeu revigorar a manufatura dos EUA com um investimento de US$ 300 bilhões em P&D e tecnologias inovadoras, política que ele rotulou de “Inovar na América”. Só para o setor de semicondutores, Biden anunciou subsídios de US$ 52 bilhões. As compras públicas por parte dos EUA priorizam o mercado interno; faz parte dessa estratégia fortalecer cadeias produtivas nacionais e estimular a inovação, como já se faz no setor do complexo industrial da defesa. E o Brasil? O Brasil ocupa a 46º posição, com baixa densidade em setores mais intensivos em tecnologia e baixo volume de investimento em P&D. O investimento em P&D como proporção do PIB é baixo, o que aponta para a fragilidade e falta de prioridade nas políticas de inovação, principalmente em setores estratégicos, como, por exemplo, tecnologia da informação e comunicação. Uma prova disso é o corte de 92% no orçamento do Ministério da Ciência, um ataque direto ao investimento em pesquisa e desenvolvimento do país. O Melhor exemplo de como o Brasil trata a inovação no país é a postura do Governo De querer fechar uma empresa estratégica no Brasil, fabricante de semicondutores, o Ceitec.