Educação & Cultura
Como trabalhar a empatia na escola?
O debate sobre a erradicação do preconceito e do bullying na educação passa necessariamente pelo desenvolvimento da empatia na escola. Sobretudo, essa é uma temática fundamental para os direitos humanos na sociedade, além de ser essencial para a formação das crianças e dos adolescentes brasileiros em idade escolar.
Neste artigo, você vai conferir tudo sobre esse assunto: o que é o conceito de empatia; qual é a importância de cultivá-la na escola; o que são as competências socioemocionais e quais são as maneiras mais práticas de concretizar essa transformação no ambiente escolar. Dessa forma, prossiga com a leitura deste texto para descobrir.
O que é empatia?
Primeiro, a palavra “empatia” se refere à capacidade de se colocar na perspectiva de outra pessoa, com respeito e sensibilidade. Assim, isso significa também a compreensão dos sentimentos alheios, a tolerância com pontos de vista diferentes e o abandono de críticas desnecessárias que não contribuem para o desenvolvimento humano.
Logo, a promoção da empatia é uma atitude indispensável para o combate ao preconceito e às formas de discriminação (por gênero, crença, raça, classe, aparência física, comportamento etc.). Nesse sentido, todas as pessoas têm um papel a cumprir nesse processo, especialmente as famílias, durante a educação dos filhos.
De fato, se você ensinar aos seus filhos sobre a importância de uma atitude empática com os outros, eles se tornarão mais íntegros e preparados para os desafios do futuro. Essa formação é essencial, pois eles serão capazes de se desenvolver e de crescerem na vida sem prejudicar outras pessoas. Afinal, conseguirão construir uma convivência saudável com os indivíduos do seu entorno.
Portanto, o ensino dessa virtude deve ser uma preocupação constante na família, a qual precisará cultivar também os princípios do respeito, da igualdade e da representatividade. Além disso, cabe dizer que existe ainda outro espaço fundamental para se trabalhar a empatia entre as crianças e os adolescentes no Brasil: a escola.
Qual é a importância de trabalhar a empatia na escola?
O espaço escolar é uma instituição essencial para a formação do indivíduo e para o combate ao preconceito. Dessa maneira, as escolas não podem ser apenas centros de ensino e de troca de conhecimento. Para um desenvolvimento genuinamente integral dos alunos, isto é, uma aprendizagem que estimule todas as suas capacidades (cognitivas, motoras, sociais e afetivas), é decisivo que se trabalhem também as competências socioemocionais.
Essas habilidades representam o conceito de “inteligência emocional”. Em suma, essa ideia se refere aos atributos que dizem respeito ao relacionamento e à percepção de si próprio, assim como de outras pessoas. De fato, é bastante razoável afirmar que a empatia desponta como a principal competência socioemocional.
Desse modo, quando os professores conseguem desenvolver com sucesso a atitude empática em sala de aula com os seus estudantes, eles também possibilitam a ampliação do espectro da aprendizagem para as outras competências socioemocionais. Enfim, a título de exemplo, podemos mencionar as seguintes habilidades:
- solidariedade;
- abertura ao novo;
- cooperação;
- comunicação não violenta;
- responsabilidade;
- iniciativa social;
- respeito à diversidade;
- resiliência.
Como desenvolver a empatia no ensino?
Você deve estar se questionando acerca das formas práticas de se trabalhar a empatia na escola. Então, em resposta às suas perguntas, preparamos uma seleção infalível de quatro sugestões para que essa atividade pedagógica seja bem-sucedida no ambiente escolar. Confira a seguir:
Incentivar o papel da família como exemplo de respeito e de empatia
As crianças são o espelho do que acontece na família. Assim, os valores da empatia, do diálogo, do respeito e da tolerância com a divergência precisam ser ensinados e demonstrados pelos adultos em casa, desde a infância. Logo, uma educação livre de preconceitos requer uma orientação próxima dos pais, mães e responsáveis, a fim de que as crianças aprendam a gerir as suas emoções de forma saudável.
Em relação à escola, é importante manter um canal de comunicação aberto com as famílias dos estudantes e conscientizá-las sobre essa temática tão decisiva. Por exemplo, a diretoria escolar, o corpo pedagógico e os professores podem informá-las acerca de campanhas contra o bullying e todas as formas de discriminação.
Promover oficinas de competências socioemocionais
A empatia pode ser desenvolvida por meio de experiências e de práticas pedagógicas com os estudantes durante a rotina diária na escola. Nesse sentido, além do conhecimento sobre a importância essa competência socioemocional, eles poderão conhecer melhor esse assunto ao participar de várias atividades, tais como:
- projetos interdisciplinares;
- palestras;
- filmes;
- workshops e oficinas;
- dinâmicas pedagógicas;
- músicas;
- brincadeiras;
- grupos de discussão.
Capacitar o quadro docente
Certamente, o quadro de professores da escola precisa se qualificar para suprir essas responsabilidades. Afinal, é fundamental que eles trabalhem a empatia no dia a dia em sua jornada. Na prática, isso significa escutar as opiniões dos alunos de forma compreensiva e respeitar as suas individualidades. Ademais, a instituição escolar pode organizar e financiar cursos de aperfeiçoamento socioemocional para o seu corpo docente.
Consolidar o ensino da empatia no currículo
O desenvolvimento da empatia na educação precisa estar consolidado no currículo e no projeto político pedagógico (PPP) da escola. Dessa forma, a instituição terá uma autonomia segura para garantir o ensino transversal desses valores nas disciplinas. A saber, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já prevê esse princípio, como pode ser observado em suas Competências Gerais da Educação Básica 9 e 10:
“Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza” (BNCC, p. 10).
“Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários” (BNCC, p. 10).
Por fim, como você viu neste artigo, a atividade de desenvolvimento da empatia na escola indica a construção de um ambiente saudável de aprendizagem. Logo, ali se formarão cidadãos conscientes que, além de não terem preconceitos, serão promotores do combate à discriminação na sociedade.