AGRICULTURA & PECUÁRIA
Setor sucroalcooleiro é bom para os fiagros
“Apenas a demanda será menor, mas ainda haverá oportunidades”
Devido à pressão internacional para reduzir o uso de combustíveis fósseis, os países europeus adotam calendários de transição rigorosos, enfrentando desafios de infraestrutura. No Brasil, onde o etanol é amplamente utilizado, a pressão é menor devido à sua sustentabilidade, reduzindo a poluição da gasolina. Mudanças legislativas exigem a mistura de 27% de etanol na gasolina e 12% de biodiesel no diesel, trazendo benefícios ambientais e econômicos. O setor sucroalcooleiro é um investimento-chave em Fiagros devido à sua força e lucratividade no agronegócio, segundo André Ito é CEO da MAV Capital.
“De certo modo, a adoção do carro elétrico pode prejudicar os produtores de álcool, pois vai contribuir para a redução do consumo. Justamente dele que já é considerado bastante sustentável. No entanto, ações adotadas no Brasil recentemente, e a notícia de que o setor de petróleo começou a se juntar com os produtores de álcool nos Estados Unidos mostram que a conversão da matriz energética deve demorar bem mais do que o planejado”, comenta.
No Brasil, foi aprovado um projeto para aumentar a adição de etanol na gasolina de 27% para 30% até 2030, enquanto a adição de biodiesel no diesel subirá de 12% para 14%. Isso terá um impacto positivo no setor e favorecerá os Fiagros relacionados a esses segmentos. Nos EUA, produtores de petróleo e etanol se unem para reduzir custos e emissões, adiando a eletrificação automotiva. Com a maioria da gasolina contendo 10% de etanol (E10), as petrolíferas buscam aumentar a mistura para fortalecer produtores rurais e manter a competitividade, embora visem popularizar o etanol e facilitar a transição para a eletrificação.
“Resumindo, tudo isso não só prolonga o uso de combustíveis vegetais como gera uma demanda maior. E o investidor dos Fiagros será um dos grandes beneficiários dessas iniciativas por longos anos ainda. Reforçando que no futuro, quando só existir carro elétrico, mesmo assim a humanidade continuará a consumir etanol, pois ele tem outros usos e é sustentável. Apenas a demanda será menor, mas ainda haverá oportunidades”, conclui.