Saúde
Quatro descobertas recentes de medicamentos com inspirações improváveis
Medicamento que tira proveito de uma das muitas propriedades do alho
Inspirações improváveis
Os cientistas que trabalham no desenvolvimento de novos medicamentos geralmente desejam o mesmo resultado: Encontrar formas novas e melhores para melhorar a saúde.
Mas, às vezes, a inspiração para esses novos medicamentos vem de lugares aparentemente improváveis, como o alho, a maconha, armas medievais e fígados virtuais.
Estes casos chamaram a atenção por sua peculiaridade, todos vindos de pesquisas publicadas quase simultaneamente nos últimos dias. Veja estes casos curiosos de descobertas recentes no campo do desenvolvimento de medicamentos que, com sorte, logo estarão ajudando a melhorar nossa saúde.
Antibiótico ao alho
Este é um golpe duplo contra infecções causadas por bactérias do gênero Staphylococcus, que podem ser difíceis de tratar porque a bactéria entra nas células humanas e evita os medicamentos.
Ao embalar o antibiótico vancomicina numa cápsula nanovesicular derivada do alho, pesquisadores descobriram que o medicamento é mais facilmente absorvido pelas células humanas, melhorando assim as capacidades do medicamento em efetivamente eliminar os germes.
O THC sintético saiu-se melhor do que o alucinógeno natural da maconha.
Maconha sem “barato”
Há muito sabemos que podemos tirar proveito das propriedades neuroprotetoras do THC sem precisar passar pelo efeito alucinógeno da maconha.
Experimentos de laboratório com células humanas cultivadas mostraram que uma forma sintética de THC reverteu a toxicidade das células nervosas e níveis elevados de moléculas que apoiam o crescimento das células nervosas e a função cognitiva – e fez tudo isso melhor do que o THC que ocorre naturalmente e que é responsável pelo “barato” da maconha.
Esta molécula se parece com uma arma medieval chamada caltrop.
Arma contra doenças
Uma nova molécula recém-sintetizada em laboratório se parece com a arma medieval com espinhos chamada caltrop.
E essa molécula neutraliza rápida e completamente a heparina, um medicamento para afinar o sangue. O problema é que o medicamento também pode ir além do desejado e causar hemorragias.
Esse caltrop químico poderá vir a ser utilizado como um “antídoto”, desativando o medicamento quando sua ação não é mais necessária ou é exagerada. Para as pessoas que tomam anticoagulantes, o antídoto de heparina de ação rápida pode ajudá-las a evitar sangramentos potencialmente fatais quando feridos ou durante uma cirurgia de emergência.
Um gêmeo digital de um fígado promete evitar o gasto de tempo com substâncias que nunca virarão medicamentos de fato.
Fígado virtual
Um “fígado virtual” promete acelerar a descoberta de medicamentos para doenças hepáticas.
Trata-se de uma nova ferramenta de modelagem de código aberto, acessável pela internet, projetada para prever as taxas de absorção, distribuição, metabolismo e excreção de uma substância que esteja sendo pesquisada para se tornar um medicamento.
Contar com essas informações farmacocinéticas no início do processo de descoberta pode acelerar o desenvolvimento de medicamentos, eliminando compostos com efeitos indesejáveis antes mesmo dos testes em modelos animais.