Saúde
Central de Transplantes da Paraíba encerra maio com cinco doações de múltiplos órgãos
A quinta doação de múltiplos órgãos do mês de maio registrada pela Central Estadual de Transplantes aconteceu no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande. A iniciativa vai permitir a transformação na vida de cinco pacientes que aguardavam em lista de espera por um transplante.
O paciente doador foi um homem de 56 anos, vítima de um Trauma Crânio Encefálico grave, em decorrência de uma queda de escada de grande altura. Ele chegou na unidade no último dia 27 de maio, sendo encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tendo a morte encefálica diagnosticada após aplicação de rigoroso protocolo de exames realizados por diferentes profissionais. Com o consentimento da família, foram doados o fígado, os rins e as córneas.
A cirurgia de captação aconteceu no bloco cirúrgico do hospital e durou cerca de 3h. O transporte do fígado para João Pessoa, onde aconteceu o transplante em uma mulher de 65 anos, foi feito com o apoio de uma equipe do Corpo de Bombeiros, garantindo a agilidade da viagem. Os rins foram encaminhados para Recife, beneficiando um homem de 36 anos e uma mulher de 54 anos. As córneas foram enviadas ao Banco de Olhos.
A diretora da Central de Transplantes da Paraíba, Rafaela Dias, explica como funciona o processo. “A equipe da Central mantém um serviço de 24 horas por dia, coordenado por um enfermeiro plantonista. Eles gerenciam todo o processo, desde a notificação da suspeita de morte encefálica até a cirurgia de captação, incluindo validação do diagnóstico, avaliação técnica da elegibilidade da doação e entrevista familiar. A equipe também cuida do acondicionamento dos órgãos, além de coordenar o transporte e embarque dos mesmos,” detalha.
Este ano a Paraíba já realizou 146 transplantes, sendo cinco de coração, 11 de rim, 20 de fígado e 110 de córneas. Ainda aguardam na lista de espera 574 pessoas.
Como funciona a doação – A Central de Transplantes segue normas estabelecidas por lei para identificar os possíveis receptores para cada órgão de um doador, ou seja, tipagem sanguínea, dados antropométricos (medidas das dimensões físicas de uma pessoa) entre doador e receptor, compatibilidade genética, além da priorização para pacientes em estado grave.
Quanto aos pacientes que precisam do transplante, cabe à equipe de transplante a sua inscrição junto a Central Estadual de Transplantes da Paraíba, que é responsável por realizar a gestão de todo o processo de doação e transplante em conjunto com o Sistema Nacional de Transplantes.