AGRICULTURA & PECUÁRIA
Nascem primeiros bovinos fecundados por inseminação artificial pelo plano do ‘Eu Posso Semear’
Nasceram os primeiros bezerros fecundados por inseminação artificial e beneficiados pelo plano de melhoramento genético do programa de fomento ao empreendedorismo rural ‘Eu Posso Semear’. Além de melhorar a qualidade dos rebanhos, a iniciativa vai aumentar em 150% a produção diária de leite. A ação, inédita na zona rural da Capital, é uma realização da Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedest), em parceria com a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer).
“Queremos usar a tecnologia para beneficiar a vida no campo. Uma vez que melhoramos a qualidade do corte dos animais e aumentamos a produção de leite, oferecemos a possibilidade de os produtores continuarem vivendo na zona rural. Eles não precisam abandonar o campo para ir morar na cidade”, explica o diretor de Agricultura Familiar e Pesca da Sedest, Adriano Vasconcelos.
Até a última segunda-feira (10), haviam nascido sete bezerros de 20 gestações de bovinos acompanhadas pelo plano de melhoramento genético do ‘Eu Posso Semear’. Quando adultos, eles vão produzir até 50 litros de leite por dia. Atualmente, a capacidade diária de produção é de até 20 litros.
O primeiro animal que nasceu tem nome, se chama ‘Brenda’. Ela faz parte do rebanho do produtor rural Nilton Ferreira. Ele trabalhou por muitos anos como caminhoneiro, mas, há 14, trocou a vida na cidade para morar no campo.
“Caminhoneiro carrega o futuro do Brasil. É uma profissão honrada, mas muito solitária. Já a vida no sítio é uma bênção. Ótimos vizinhos, tranquilidade. Aqui nós produzimos leite, queijo, coalhada. Agora em junho, fizemos pamonha e canjica. Somos gratos a Deus, porque a gente faz um alimento saudável que vai direto para a mesa do consumidor”, comenta Nilton Ferreira.
Segundo o produtor rural, o melhoramento genético dos animais significa futuro para os pecuaristas locais. “O leite da raça Jersey tem alto teor de sódio e gordura. É um leite de muita qualidade”, ressalta. O diretor de Agricultura Familiar da Sedest, Diego Silva, acrescenta que esses animais nascem com maior produtividade, tanto de leite quanto para corte.
“Os bezerros, por exemplo, nascem maiores, com ganho de peso mais acelerado. Já as fêmeas, produzem mais leite. Mas vale ressaltar que todo o trabalho de inseminação artificial em tempo fixo, chamado de IATF, é feito atendendo as normas da Vigilância Sanitária e garantindo o bem-estar animal”, frisa.
Dos sete animais que nasceram nos últimos dias pelo plano de melhoramento genético da Sedest, quatro fazem parte do rebanho do pecuarista Rômulo Barbosa. E um casal é gêmeo. Uma em cada 200, nasce a partir de uma gestação gemelar.
“Ficamos felizes demais… O resultado está aí: animais de qualidade. As vacas estão bem e com quatro bezerros. E não é qualquer bezerro não. É um animal de raça boa e forte”, destaca o pecuarista.
Jornada de um ano – O plano de melhoramento genético da Sedest em parceria com a Conafer começou em maio do ano passado, quando 100 vacas foram vacinadas contra brucelose.
“Garantimos a imunização, que também foi uma iniciativa inédita na cidade e, em contrapartida, a Conafer garantiu 600 prenhez em animais de pequenos criadores do município”, explica a secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de João Pessoa, Vaulene Rodrigues. O processo de inseminação artificial em tempo fixo terminou em outubro do ano passado e, agora, nascem os primeiros animais.
“Tudo isso resultou no nascimento de sete bezerros. O esperado é que nasçam 21 nesta primeira etapa. O município de João Pessoa surge como piloto nesse tipo de ação e pretende ampliar ainda mais a parceria com a Conafer nos próximos anos. Queremos oferecer qualidade de vida, suporte, assistência técnica e apoio logístico para agricultores/produtores periurbanos da nossa Capital”, conclui Vaulene Rodrigues.