Internacional
Bolívia: militares tomam Praça do Palácio Presidencial; governo fala em “Golpe de Estado”
Por Roberto Tomé
Nesta quarta-feira (26), a Bolívia foi palco de um significativo evento político e militar que gerou ampla preocupação tanto no país quanto na comunidade internacional. A Praça Murillo, localizada em La Paz, capital da Bolívia, e onde está situado o palácio presidencial, foi ocupada por francoatiradores e tanques de guerra. Este movimento foi interpretado pelo governo boliviano como uma tentativa de golpe de Estado.
O governo boliviano, em comunicado divulgado nas redes sociais, acusou o general Juan José Zuñiga de liderar o movimento. Na terça-feira (25), Zuñiga havia feito ameaças públicas ao governo, resultando na decisão do presidente Luis Alberto Arce de removê-lo de seu cargo. A nota oficial do governo declara: “O presidente Luis Arce exige que Zúñiga retire os militares. Repudiamos a tentativa de golpe de Estado na Bolívia contra o governo nacional legitimamente constituído e apoiado pela maioria do povo através do voto cidadão.”
O presidente Luis Alberto Arce, em publicações nas redes sociais, confirmou a existência de mobilizações irregulares de unidades do Exército e fez um apelo para que a democracia fosse respeitada. “Denunciamos mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército boliviano. A democracia deve ser respeitada”, afirmou Arce.
O ex-presidente Evo Morales também se manifestou, reforçando a narrativa de que há uma tentativa de golpe de Estado em andamento. Em suas redes sociais, Morales acusou diretamente o general Zuñiga e convocou a população para uma mobilização nacional em defesa da democracia. “Convocamos uma mobilização nacional para defender a democracia frente ao golpe de Estado que se organiza a mando do general Zuñiga. Declaramos greve geral por tempo indeterminado e bloqueio de estradas. Não permitiremos que as Forças Armadas violentem a democracia e amedrontem nosso povo”, disse Morales.
A situação na Bolívia é de extrema gravidade e incerteza. A ocupação militar da Praça Murillo e a resposta contundente do governo e de figuras políticas como Evo Morales sugerem uma profunda crise política. A comunidade internacional observa com preocupação, dado o histórico de instabilidade política no país.
A possível tentativa de golpe de Estado na Bolívia levanta questões sobre a estabilidade democrática na América Latina. A intervenção militar em processos políticos, especialmente em países com um histórico recente de golpes e turbulências, destaca a fragilidade das instituições democráticas e a necessidade de vigilância e apoio internacional para garantir a ordem e o respeito às normas democráticas.
A Bolívia vive momentos críticos com a ocupação militar da Praça Murillo e as acusações de tentativa de golpe de Estado. A resposta do governo e a mobilização da população serão cruciais para determinar os próximos passos e a estabilidade do país. O mundo aguarda ansioso por uma resolução pacífica que respeite a vontade popular expressa nas urnas e assegure a continuidade democrática na Bolívia.