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Governo Lula avalia possíveis impactos de uma vitória de Trump nas eleições dos EUA
Ministros e integrantes do governo Lula já estão calculando as possíveis consequências caso Donald Trump, e não Joe Biden, vença as eleições norte-americanas em novembro. Eles assistiram atentamente ao debate entre os dois candidatos na CNN e às discussões subsequentes sobre a evidente fragilidade física e mental de Biden, o pânico no Partido Democrata e as especulações sobre uma possível troca de candidato.
De acordo com análises feitas por integrantes do governo, se Biden superar os desafios e ganhar, ou se outro candidato democrata vencer, as relações entre os EUA e o Brasil provavelmente permanecerão estáveis. Lula e Biden não têm uma relação de grande proximidade, mas também não há animosidade entre eles.
No entanto, uma vitória de Trump teria impactos significativos. A relação do Brasil com a Argentina, por exemplo, tenderia a piorar. Trump poderia correr para melhorar a situação econômica da Argentina, impulsionando investimentos e acordos comerciais e financeiros bilaterais em detrimento do Brasil. O atual presidente da Argentina, Javier Milei, precisaria desesperadamente de dólares para manter o câmbio nos patamares atuais e conter a inflação, e Trump providenciaria esses dólares. Isso fortaleceria Milei, que poderia endurecer mais com o governo Lula, especialmente considerando que Milei já chamou o petista de ladrão, e os dois não se falam atualmente.
Além disso, a vitória de Trump fortaleceria a extrema-direita global, dividindo ainda mais o cenário internacional, o que prejudicaria o governo Lula. Intervenções de Lula no debate internacional, em temas como a guerra de Israel contra a Faixa de Gaza, poderiam ser abertamente censuradas por Trump, algo que não ocorre com Biden.
Trump também tem uma identidade forte com os conservadores, que se apoiam em parlamentares republicanos para fortalecer sua política no Brasil. Neste ano, um grupo de deputados bolsonaristas foi ao Congresso dos EUA para apresentar supostas denúncias contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Eles foram ouvidos em uma sessão temática organizada pelo deputado republicano Chris Smith, que posteriormente enviou uma carta com questionamentos a Alexandre de Moraes – que foi ignorada.