Politíca
A convenção de Jackson Alvino: uma homologação cercada de funcionários transitórios
Santa Rita foi palco de uma das convenções políticas mais aguardadas e controversas do ano. Jackson Alvino, escolhido pelo atual prefeito e primo, Emerson Alvino, teve sua candidatura homologada em um evento repleto de assessores, funcionários comissionados e prestadores de serviços, que fizeram questão de intimar família, amigos e conhecidos, numa demonstração clara de como a máquina pública pode ser utilizada em tempos eleitorais.
A convenção de Jackson Alvino não foi apenas um evento político, mas um verdadeiro desfile de poder. Comissionados e prestadores de serviços da prefeitura marcaram presença em peso, reforçando a impressão de que seus empregos dependem diretamente do sucesso eleitoral do candidato da situação. O inchaço da prefeitura de Santa Rita é evidente, com um número expressivo de funcionários transitórios que parecem ter um papel mais político do que administrativo.
Para vice-prefeito, foi escolhido Ednaldo Edlycia, conhecido por ser um generoso doador de campanhas. Edlycia é empresário no ramo de supermercados e promete trazer um apoio financeiro significativo à campanha de Jackson Alvino. Essa aliança reforça ainda mais o poder econômico da chapa, numa demonstração clara de que interesses financeiros e políticos estão profundamente entrelaçados.
Jackson Alvino, que também é o atual presidente da Câmara Municipal de Santa Rita, em seu discurso de homologação, mostrou-se confiante e otimista. Cercado pelos funcionários temporários da prefeitura, ele prometeu dar continuidade à gestão de seu primo, Emerson Alvino. No entanto, essa promessa de continuidade levanta questões sobre as reais melhorias para a cidade. Saúde, saneamento básico, educação e segurança pública são áreas críticas que parecem ter sido deixadas de lado na administração atual.
Um dos problemas mais gritantes em Santa Rita é a ausência de um sistema de transporte público eficiente. A atual gestão, ao invés de investir em melhorias, tem optado por medidas drásticas como a remoção de pontos de ônibus, forçando a população a depender de transportes alternativos. Essa situação coloca em xeque a capacidade da administração atual (e possivelmente futura) de atender às necessidades básicas dos cidadãos.
A convenção de Jackson Alvino é um reflexo claro das práticas políticas que ainda dominam muitas cidades brasileiras. O uso da máquina pública para fins eleitorais, o nepotismo e a falta de compromisso com melhorias reais são questões que continuam a desafiar a democracia e o desenvolvimento local.
Em um cenário onde a continuidade promete manter o status quo, a população de Santa Rita deve se perguntar: é isso que queremos para o futuro da nossa cidade? Com tantos problemas ainda não resolvidos, a candidatura de Jackson Alvino e a escolha de Ednaldo Edlycia como vice levantam dúvidas sobre as reais intenções por trás dessas alianças políticas.
Se a promessa é de continuidade e a realidade atual é de deficiências e omissões, talvez seja hora de considerar alternativas. Como disse um cidadão local de maneira irônica, “Se for para ser eleito e continuar do jeito que está, prefiro votar em Nilvan, não é verdade?”