Politíca
Opinião: Cícero Lucena chega com a força de Hércules na final do segundo turno e reeleição é quase certa
Por Eliabe Castor
Hércules é um herói presente na mitologia grega que ganhou notoriedade por possuir uma grande força. Ele realizou uma série de trabalhos considerados impossíveis, com destaque para as 12 missões que recebeu de um rei chamado Euristeu.
E claro! Para o texto não ficar enfadonho, aos interessados sobre a imensa labuta do citado, um pouco de pesquisa é válida. Descrevê-la neste espaço seria um esforço hercúleo.
Dito isto, foi inserido no meu ser, em plena sinapse, uma “conversa” franca envolvendo meus neurônios. Informações mil chegaram à minha tête e, assim, consegui entender como o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), candidato à reeleição, chegou à final do pleito como favorito, tendo a força de Hércules traduzida em predileção do eleitorado.
Em síntese, enfrentou Lucena um PT esfacelado, embora agressivo, por lançar o deputado estadual Luciano Cartaxo, apoiado pelo ex-governador Ricardo Coutinho, como candidato a chefe do Executivo pessoense. Seu nome foi retirado a fórceps da geladeira do esquecimento, o que não foi boa decisão.
E ainda veio a determinação da Executiva Nacional do PT para consolidar a candidatura de Cartaxo, naufragando o desejo legítimo da deputada estadual Cida Ramos e seus aliados em pô-la como a representante da sigla para disputar o Paço Municipal de João Pessoa.
Resultado? O que todos esperavam: Luciano Cartaxo amargou o quarto lugar na disputa do primeiro turno. Ainda há outro detalhe na derrocada do PT na capital paraibana: a agremiação optou por uma chapa “puro sangue” que até Drácula desprezou pelo gosto amargo da imposição.
Agora pego minha lupa e ponho a mesma na postulação do deputado federal Ruy Carneiro (Pode). Trocadilho intencional pode-se identificar o primeiro erro. O parlamentar optou por Amanda CSI (MDB) como sua vice.
Sim, tem a emedebista uma boa desenvoltura nas redes sociais e no seu trabalho enquanto agente da lei. Mas densidade eleitoral ela não tem. Neófita na política, não ofereceu a Ruy Carneiro os votos que ele tanto buscava, sepultando, mais uma vez, o sonho do parlamentar em ser prefeito de João Pessoa.
O parlamentar também “esqueceu” que todos eram seus adversários. Preferiu Carneiro centrar fogo de artilharia em Cícero Lucena, não criticando Cartaxo e outro postulante poderoso: o ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, Marcelo Queiroga.
Resultado: Ruy Carneiro ficou na estrada pedindo carona, congelando-se em terceiro lugar no primeiro turno. Seu ostracismo eleitoral foi o suficiente para pavimentar o caminho de Queiroga no segundo turno.
Mas, penso eu, que o fôlego do bolsonarista chegou ao fim. O PT raiz está com Cícero Lucena – o que é muito – bem como o PSB do governador João Azevêdo, o Republicanos de Hugo Motta, favorito a ocupar a presidência da Câmara dos Deputados, recebendo, inclusive, apoio da extrema-esquerda e extrema-direita, além do poderio político do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (Repubilcanos), e caciques filiados em outras legendas.
Também há a força que vem da Câmara Municipal de João Pessoa, Casa que Cícero Lucena tem ampla maioria; e sua própria gestão, que boa parte dos eleitores de João Pessoa aprova.
Por tudo isso, só uma hecatombe poderia retirar a “taça” das mãos de Lucena. E sim, é fato! Queiroga, alavancado pelo bolsonarismo atropelou Ruy e Cartaxo de forma inteligente. Mas, como falei antes, seu fôlego chegou ao fim. Ele sabe de tal realidade, e agora prepara seu terreno para as eleições de 2026.
Quanto a Lucena, sua missão, ou missões, foram cumpridas. Resta a Euristeu ter sua total certeza no próximo domingo, quando serão findadas as eleições municipais de 2024. Aqui e alhures.