CIDADE
João Pessoa fica em 6ª posição entre cidades do Nordeste em ranking que mede resultados entregues à população
Cidade avançou 37 posições na área de segurança e 13 posições em saneamento entre 2010 e 2023, mas tem grandes desafios pela frente em educação e saúde
A sexta edição do estudo Desafios da Gestão Municipal (DGM), https://desafiosdosmunicipios.com.br/ que está sendo lançado pela Macroplan neste período pós-eleições, mostra quais cidades entregaram melhores resultados em quatro áreas que estão sob influência da gestão municipal – saúde, educação, segurança e saneamento & sustentabilidade. O estudo analisa a evolução de indicadores oficiais nestas áreas entre 2010 e 2023 nos 100 maiores municípios do país, aferindo o legado de várias administrações, e aponta os desafios colocados para os novos prefeitos eleitos ou reeleitos.
O desempenho global da gestão de cada cidade é avaliado por um índice sintético, composto por uma cesta de 15 indicadores de todas as áreas analisadas, o IDGM – Índice Desafios da Gestão Municipal. O IDGM varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor o desempenho do município.
No ranking geral João Pessoa ocupa a 65ª posição, com um IDGM de 0,577. Já no recorte regional do Nordeste, a capital da Paraíba ocupa a 6ª posição com a melhor avaliação entre as 20 cidades da região que compõem o estudo.
Para a coordenadora do estudo, a diretora de estudos e dados da Macroplan, Adriana Fontes, as cidades precisam avançar na gestão e inovar para lidar com a escassez de recursos e a demanda da sociedade por mais e melhores serviços. “O Brasil é conhecido pela elevada desigualdade que se reflete no desempenho dos municípios. O estudo aponta resultados muito distintos entre municípios com tamanho de população similar em uma mesma região. Gerir com base em evidências, trabalhar em cooperação com outros entes da Federação, buscar as boas práticas de outras cidades e dar continuidade às políticas públicas exitosas é fundamental para evoluir de forma mais acelerada, evitando desperdícios de recursos e reduzindo desigualdades”, afirma
Melhores e Piores – DGM -2024
Rankings por área e Desafios
Além do ranking geral, a pesquisa da Macroplan aponta a posição das cidades em áreas essenciais, destacando os desafios que o prefeito eleito Cícero Lucena terá pela frente quando assumir a administração da cidade, em janeiro de 2025.
Na área de Segurança, que reúne indicadores de homicídios/por 100.000 habitantes e mortes violentas no trânsito, João Pessoa ficou 56ª posição, com IDGM 0,759. A cidade foi a primeira colocada, entre as capitais, em avanços conquistados nesta área, tendo subido 37 posições no ranking atual em relação ao anterior, de 2010.
Em Saneamento composto pelos indicadores de acesso da população à serviços de esgoto, água, lixo, tratamento de esgoto e perdas na distribuição de água, João Pessoa ocupa a 34ª colocação entre as 100 . A capital paraibana ficou em 4ª posição entre as cidades que conquistaram mais avanços na área entre 2010 e o ranking atual, exibindo uma evolução de 13 posições no período nesta área.
João Pessoa ficou em 86ª colocação, com IDGM de 0,493, na área de Educação (que reúne indicadores de matrículas em creche, matrículas em pré-escola, IDEB Ensino Fundamental I e IDEB Ensino Fundamental II, os dois últimos da rede pública). A capital paraibana, embora tenha apresentado aumento no IDEB do Ensino Fundamental I e II da rede pública entre 2011 e 2023, perdeu de 13 e 20 posições nos rankings específicos destes indicadores
Já na área de Saúde, que reúne os indicadores de mortalidade infantil, acesso à assistência pré-natal, atenção básica à saúde e mortalidade prematura por doenças crônicas a capital paraibana, João Pessoa tem grandes desafios. A cidade ocupa a 73ª posição no ranking nacional da área, com IDGM de 0, 443, tendo perdido 37 posições em relação à 2010.
Para o sócio-diretor da Macroplan, Gustavo Morelli, é indiscutível que os problemas enfrentados pela cidade não serão resolvidos em uma única legislatura. “Visão de longo prazo, planejamento, continuidade às políticas que se mostrem efetivas, inovação e boa gestão são condições necessárias para alcançarmos melhoria na prestação dos serviços e na qualidade do gasto”, conclui.