Politíca
Câmara de Santa Rita: palco de ego, bagunça e vergonha
Por Roberto Tomé
Santa Rita, mais uma vez, vira manchete por motivos nada nobres. Desta vez, o circo montado na Câmara Municipal, que deveria ser palco da democracia, transformou-se em um show de desrespeito e inércia. O vereador Farias não economizou palavras: chamou a postura de alguns colegas de “vergonhosa”. E não é para menos. Enquanto o município amarga problemas reais, seus representantes brincam de abandonar plenário, inviabilizando a votação para a nova mesa diretora.
Sim, é isso mesmo. Os nobres vereadores, em vez de resolverem o que já deveria estar resolvido — a escolha da presidência da Casa —, optaram pelo jogo sujo de não aparecer. Quando foi que cumprir o dever básico virou opcional?
Atualmente, Santa Rita está com um presidente interino. Nada contra a interinidade, mas convenhamos: esse cenário grita descaso. Não há organização, não há liderança, e muito menos comprometimento. Farias fez questão de esfregar na cara dos ausentes o óbvio: a maioria das Câmaras do Brasil já está funcionando a todo vapor sob presidentes eleitos. Enquanto isso, Santa Rita patina no caos.
E o povo? Como sempre, é quem paga o preço. A ausência de uma presidência fixa só aumenta a instabilidade administrativa. Parece que, em Santa Rita, o Legislativo virou sinônimo de “cada um por si”.
A posse dos vereadores, prefeito e vice-prefeito — que deveria ser um momento de celebração — virou um show de horrores. Palavras de baixo calão, gritaria, confusões. Só faltou a troca de tapas para transformar o plenário em uma extensão da Praça Pública. Uma vergonha para quem deveria dar o exemplo.
Mas, honestamente, alguém ainda se choca? A política local virou um grande teatro de quinta categoria, onde o roteiro sempre inclui brigas internas, interesses próprios e zero compromisso com a população.
O grito de Farias
O vereador Farias decidiu levantar a voz. Mas será que alguém está ouvindo? Ele apelou para a Justiça, clamando por intervenção. “É hora de colocar ordem na casa”, disse ele, tentando segurar as rédeas de um cavalo descontrolado. Será que a Justiça vai se mover? Ou será que vai assistir de camarote enquanto o circo pega fogo?
Farias ainda tentou puxar o discurso de união e responsabilidade. Falou sobre a necessidade de diálogo e compromisso. Palavras bonitas, mas será que ecoam em ouvidos moucos?
Enquanto os vereadores brincam de fugir de suas responsabilidades, a população assiste atônita — ou nem mais isso. A descrença na política local atingiu níveis alarmantes. Nas redes sociais, os moradores já não escondem a indignação. Uns exigem mudanças, outros já jogaram a toalha, certos de que nada vai mudar.
E quem pode culpá-los? O Legislativo virou uma piada sem graça, onde os interesses do povo são a última coisa na lista de prioridades.
O que precisa ser feito está claro: intervenção firme da Justiça, eleição transparente, e, principalmente, um choque de realidade nos vereadores. Mas isso exige vontade. E, honestamente, vontade é algo que anda em falta na Câmara de Santa Rita.
Enquanto isso, o povo segue esperando. Esperando que seus representantes finalmente se lembrem de quem os colocou lá. Será que é pedir muito? Talvez para Santa Rita, seja.