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O Governo Lula e o jogo sujo da verdade mentirosa: a guerra das informações no Brasil
O governo Lula anda se metendo num jogo sujo com a verdade. Não é novidade que o Brasil tem sido um campo de batalha contra as fake news. O que pouca gente percebe é que, no processo de combate à desinformação, quem está mandando no jogo pode estar tomando medidas ainda mais perigosas. A última polêmica vem da Meta, dona do Facebook, que, ao mudar sua estratégia para checar informações, lançou o governo e a Advocacia-Geral da União (AGU) numa guerra contra o próprio conceito de transparência.
A jogada? Em vez de usar agências de checagem de fatos, a Meta optou por um sistema de “notas da comunidade” para permitir que os usuários contestem as informações diretamente. Algo que, na teoria, parece até democrático. Mas quem se esconde por trás desse movimento? Jorge Messias, o advogado-geral da União, já veio a público chamando a decisão de “desordem informacional”– quase um socorro, né? Como se o próprio governo não estivesse há anos minando a confiança nas fontes de informação ao seu redor.
E aí começa o jogo de desconfiança: quem checa as checagens? O próprio governo, acusado recentemente de tentar suavizar crises, como as enchentes no Rio Grande do Sul e o aumento do dólar. Afinal, quem vai garantir que o governo está realmente comprometido com a verdade e não apenas tentando controlar o jogo? A AGU não tem uma imagem limpa nesse cenário. Tem mais cara de intervenção política do que de defesa da verdade.
Agora, se você acha que o governo parou por aí, está enganado. O secretário de Políticas Digitais, João Brant, colocou mais lenha na fogueira ao dar a entender que a mudança da Meta poderia favorecer a direita. A crítica é forte e vem num momento delicado, onde os discursos se radicalizam alarmantemente. Mas será que a Meta, ao ceder a pressões para abrir espaço para um debate político mais amplo, está realmente em direção a um caminho mais democrático, como se fala por aí? Ou será que está só permitindo a invasão de um monte de fake news?
A pimenta no debate fica por conta do argumento de Brant sobre o impacto financeiro nas agências de checagem. Segundo ele, a retirada de patrocínios da Meta vai sufocar essas entidades. Ué, mas a dependência de grana privada não é um problema? Não deveria ser a credibilidade e a independência das agências a chave do jogo, em vez do bolso? As críticas a esse argumento são duras: se a sobrevivência dessas agências depende de patrocínios privados, talvez o problema não seja a Meta, mas o modelo dessas organizações.
E quem entra nesse debate de vez? Mark Zuckerberg, o chefão da Meta, que disse o óbvio: as agências de checagem, embora importantes, estão muitas vezes alinhadas com certas agendas. O que ele quer dizer com isso? Que, no fim das contas, estamos todos sendo manipulados por quem detém o poder de decidir o que é verdade e o que não é. E isso não é apenas um problema da Meta, mas de todos que se acham no direito de “determiná-la”.
Não é só o governo que está jogando esse jogo. O STF, que também está sempre na linha de frente das discussões sobre desinformação, entra no rol dos suspeitos. Em tempos de Lava Jato, os ministros tentaram controlar uma narrativa política com ações que não eram exatamente transparentes. Tudo isso alimenta o debate sobre quem deve governar realmente a verdade. O governo? O STF? Ou talvez a própria sociedade, que deve ter voz nesse processo todo?
Nesse cenário, muitos defendem que é hora de descentralizar o controle da informação. Ou seja, nada de deixar um punhado de autoridades decidindo o que pode ou não ser dito. A sociedade deve assumir sua parte. Se quisermos um debate mais aberto, mais transparente, mais plural, é necessário que a população, as plataformas e as instituições se una para tornar o jogo mais justo.
Essa mudança de postura da Meta pode ser vista como uma ameaça à democracia. Se há um risco para a liberdade de expressão e segurança dos vulneráveis, é urgente que todos se mobilizem para garantir que o controle da informação não seja dominado por apenas um grupo. Mas se, por outro lado, estamos diante de uma chance de redesenhar o papel das plataformas digitais no fortalecimento do debate público, é hora de abraçar o debate e reconstruir a confiança.
O que não podemos aceitar é a omissão. O Brasil não pode ficar refém de narrativas controladas por interesses políticos. Quebrar as barreiras da desinformação passa por uma reflexão séria sobre quem controla a verdade e até onde estamos dispostos a ir para defender um espaço mais democrático de debate. Quem vai dar o primeiro passo para que o jogo da informação seja realmente jogado justamente? A pressão está aí, e ela não vai esperar.