ESTADO
A farra no Hospital Padre Zé: o que está por trás da corrupção no setor público da Paraíba?
É difícil de acreditar que, em pleno 2025, ainda estamos falando de esquemas de corrupção envolvendo recursos públicos. E quando o caso envolve uma instituição de saúde, a revolta é ainda maior. O Hospital Padre Zé, que deveria ser um símbolo de assistência à população, se tornou o epicentro de um escândalo. E quem está no meio dessa sujeira toda? Nomes pesados do governo da Paraíba, incluindo secretários e outros figurões, acusados de desviar dinheiro que deveria ser usado para melhorar a vida das pessoas.
O Ministério Público da Paraíba, através do Gaeco, acaba de apresentar uma denúncia que não poderia ser mais chocante. Não estamos falando de pequenos desvios, mas de valores consideráveis e uma rede de corrupção que envolve até R$ 120 mil. O que era para ser um programa voltado ao bem-estar da população, o famoso “Prato Cheio”, virou um jogo sujo, onde recursos que deveriam alimentar quem mais precisa acabaram indo parar nos bolsos de alguns.
Mas não é só isso. As investigações estão cada vez mais profundas e revelam que o esquema se arrasta desde 2023. Primeiro, a história do sumiço de aparelhos de celular iPhone, que estavam destinados a um leilão beneficente do hospital. O desaparecimento desses itens, sem justificativa, acendeu o alerta para uma investigação mais rigorosa. O que parecia ser um simples erro de gestão se transformou em um caso de corrupção envolto em mentiras, lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. Aparentemente, uma quadrilha bem articulada estava operando ali dentro, com ramificações no governo estadual.
E quem são os responsáveis por isso? A lista é longa, e figuras como os secretários Pollyanna Dutra e Tibério Limeira estão no olho do furacão. Ambos negam qualquer envolvimento, claro. Pollyanna, por exemplo, se diz surpresa com as denúncias e reforça sua postura “sem máculas”. Tibério, por sua vez, chamou os documentos apresentados pelo Gaeco de “manuscritos sem validade legal”. Ah, claro, nada como desconstruir a investigação com um argumento fraco desses.
Essas reações são, no mínimo, suspeitas. É impossível ignorar a conexão entre os valores mencionados nas anotações e a liderança desses dois secretários. Mas o que está em jogo aqui não é só uma simples acusação de má gestão ou desvio de recursos, mas o que esses desvios significam para a confiança da população na política e nas instituições públicas.
O caso do Hospital Padre Zé é um reflexo de um sistema podre, onde a saúde pública vira moeda de troca e os interesses pessoais superam o bem-estar coletivo. O que era para ser um serviço de assistência a quem precisa se transformou em um jogo de poder, e não podemos deixar de perguntar: até quando vamos permitir que esse tipo de coisa aconteça?
Estamos falando de um dos maiores escândalos de corrupção envolvendo o setor público na Paraíba, e a população está cada vez mais cansada de ver as mesmas histórias se repetindo. Será que, no final, algum desses envolvidos será realmente responsabilizado? Ou mais uma vez vamos engolir o discurso de que a justiça será feita, enquanto tudo fica por isso mesmo?
O tempo vai dizer, mas o que é certo é que a desconfiança sobre as autoridades só cresce. E a luta por uma saúde pública decente continua sendo um desafio para os paraibanos. No fim das contas, os culpados sempre vão aparecer, mas a pergunta é: quem vai pagar o preço por todo esse roubo aos cofres públicos e à população que mais precisa?