Politíca
Hugo Motta Rumo ao Comando da Câmara: Articulações de Bastidores Já Definem o Jogo?
O jogo do poder em Brasília tem novos protagonistas, e um deles atende pelo nome de Hugo Motta. No jantar político realizado em São Paulo, ficou evidente que o paraibano é a bola da vez na sucessão de Arthur Lira para a presidência da Câmara dos Deputados. O evento não foi apenas um encontro casual de aliados, mas um ato de consagração da candidatura de Motta, que conseguiu reunir líderes de 17 partidos, algo raro na cena política nacional.
Com um discurso conciliador e centrado na capacidade de agregar diferentes vertentes ideológicas, Motta se apresentou como o fiador da estabilidade política no Congresso. “O centro político não significa falta de posição, mas sim abertura ao diálogo e às boas ideias”, declarou. A fala não foi apenas retórica: ele conta com o apoio de uma base parlamentar robusta, que inclui desde o Republicanos e o PL até o PSD e setores do PT.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, marcou presença e reforçou a legitimidade da candidatura. O mesmo vale para Gilberto Kassab, que puxou um discurso enaltecendo a continuidade do trabalho de Lira e indicando que Motta é o nome ideal para garantir a governabilidade e o trânsito político necessário para aprovar pautas estratégicas.
Enquanto isso, seus adversários na disputa são bem mais modestos em termos de apoio político. Marcel van Hattem (Novo-RS) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) estão na disputa, mas sem musculatura política para reverter o favoritismo do paraibano. O próprio Paulinho da Força (Solidariedade) fez previsões otimistas: estima que Motta possa superar o recorde de 464 votos que Lira conquistou em 2023, chegando a algo entre 470 e 487 votos.
A estratégia de Motta é clara: consolidar seu nome nos bastidores, articular alianças e evitar qualquer turbulência que possa desestabilizar sua candidatura. A reta final da campanha será marcada por mais encontros, como o jantar previsto para esta terça-feira (30) no Rio de Janeiro, onde ele continuará reforçando seu compromisso com a unidade da Câmara.
Se eleito, Hugo Motta se tornará o presidente mais jovem da história da Câmara dos Deputados, um posto que exige habilidade para negociar com o governo, administrar pressões partidárias e lidar com um Congresso frequentemente fragmentado. Resta saber se sua promessa de estabilidade e diálogo se sustentará além da campanha ou se será engolida pela realidade dura da política brasileira. Para os 488 deputados que já demonstraram apoio, a aposta está feita.