Não deixe que sua raiva o destrua no processo

Para muitos de nós, quando cometemos um erro, a resposta imediata é nos destruir.

Nós nos vemos como a causa de todos os problemas do mundo e foi nossa estupidez ou descuido que causou dor a outra pessoa.

Por mais que gostemos de justificar nossa autoaversão, Deus não nos vê dessa forma e prefere que gastemos nossa energia amando-o do que odiando a nós mesmos.

Gentileza conosco mesmos

Em sua Introdução à Vida Devota , São Francisco de Sales recomendava uma certa gentileza conosco, não deixando que nossa raiva nos destrua:

Uma direção importante para exercer gentileza é com relação a nós mesmos, nunca ficar irritado consigo mesmo ou com nossas imperfeições ; pois, embora seja razoável que fiquemos descontentes e tristes com nossas próprias falhas, devemos nos proteger contra um sentimento amargo, raivoso ou irritado em relação a elas.

É natural não ficar feliz com nossos defeitos e, de certa forma, isso pode ser saudável, pois pode nos encorajar a fazer melhor na próxima vez.

No entanto, a situação piora quando nos acusamos e nos tornamos juízes, focando muito em nós mesmos e pouco em Deus:

Além disso, toda essa raiva e irritação contra si mesmo alimenta o orgulho e brota inteiramente do amor-próprio , que é perturbado e irritado por sua própria imperfeição. O que queremos é um descontentamento tranquilo, constante e firme com nossas próprias falhas. Um juiz dá a sentença de forma mais eficaz falando deliberadamente e calmamente do que se ele for impetuoso e apaixonado (pois no último caso ele pune não tanto as falhas reais diante dele, mas o que elas parecem ser para ele); e assim podemos nos castigar muito melhor por um arrependimento tranquilo e firme , do que por maneiras ansiosas e apressadas de penitência, que, na verdade, são proporcionadas não pelo peso de nossas falhas, mas de acordo com nossos sentimentos e inclinações.

O que precisamos fazer é recorrer à misericórdia de Deus e não ser o juiz injusto:

Busque a Misericórdia de Deus , espere Nele, peça a Ele para impedi-lo de cair novamente, e comece a trilhar o caminho da humildade novamente. Devemos estar mais em guarda daqui em diante. Tal curso será o caminho mais seguro para fazer uma resolução substancial firme contra a falha especial.

Deus ama cada um de nós e quer que estejamos unidos a ele no Céu. Precisamos nos proteger contra ficarmos com raiva de nós mesmos a tal ponto que deixamos a raiva nos arrastar para a direção oposta.