Segurança Pública
General Braga Netto e oficiais na mira do STF até março; PGR reforça acusações sobre tentativa de golpe e assassinato de Lula e Alckmin
PGR corre contra o tempo para formalizar acusações contra militares e ex-presidente Jair Bolsonaro
General Braga Netto e demais militares presos devem ter seus casos analisados pelo STF até março. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu fatiar em pelo menos quatro as denúncias sobre o suposto plano para dar um golpe de Estado no país, mirando Jair Bolsonaro e outros 39 indiciados pela Polícia Federal. A estratégia visa acelerar a tramitação das acusações e garantir que as peças da denúncia cheguem ao Supremo Tribunal Federal (STF) ainda no primeiro trimestre do ano.
O caso está sob a alçada do ministro Alexandre de Moraes, que já conduz os processos relacionados aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Segundo O Antagonista, a força-tarefa montada por Gonet na PGR revisa as provas obtidas pela PF e pode formalizar as denúncias nos próximos dias. Com isso, Braga Netto, ex-ministro da Defesa e general quatro estrelas, pode ter seu futuro judicial definido mais rapidamente.
Braga Netto foi preso em dezembro do ano passado, tornando-se o primeiro general quatro estrelas detido desde a redemocratização, conforme destacou O Globo. Ele é apontado como peça-chave na articulação de um suposto golpe para impedir a posse de Lula. Segundo a PF, ele teria participado de reuniões onde foram discutidas “ações operacionais para o cumprimento de medidas coercitivas” visando alterar o resultado da eleição de 2022.
A Operação Contragolpe, que embasou os indiciamentos, apontou que havia um plano estruturado para pressionar os comandos militares a aderirem ao golpe. Documentos da investigação mencionam um projeto chamado “Punhal Verde e Amarelo”, que teria contemplado medidas extremas, incluindo o assassinato de Lula e do vice, Geraldo Alckmin. O relatório da PF, citado pelo GZH, menciona Braga Netto 98 vezes, reforçando sua suposta participação no esquema.
Além de Braga Netto, outros oito militares já foram presos no contexto da investigação. Entre eles, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fez um acordo de delação e forneceu detalhes sobre o plano. O coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, apontado pela PF como “articulador operacional do golpe”, também está entre os nomes citados no indiciamento.
A PGR corre contra o tempo para finalizar as denúncias antes do meio do ano, garantindo que o caso seja julgado ainda em 2025. O Antagonista destaca ainda que integrantes da Suprema Corte esperam que um eventual julgamento de Bolsonaro ocorra a partir de setembro. O fatiamento das acusações acelera a tramitação e permite que casos como o de Braga Netto avancem sem depender diretamente do andamento do processo contra o ex-presidente.
Com o avanço das investigações e novas provas sendo incluídas no processo, cresce a pressão sobre os militares indiciados e sobre Bolsonaro. A expectativa é que, com as acusações formalizadas, o desenrolar do caso ganhe novos contornos nos próximos meses.