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O Império Bringel: Um esquema milionário sob suspeita
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Um conglomerado que movimenta cifras bilionárias, acumula contratos com o setor público e expande sua influência através da política e dos meios de comunicação. O Grupo Bringel, uma das maiores empresas de logística e serviços do Brasil, tem sua história marcada por contratos vultosos e uma sucessão de denúncias graves, incluindo corrupção, lavagem de dinheiro e manipulação midiática. O que antes era visto como uma história de sucesso empresarial agora enfrenta questionamentos e investigações que expõem um esquema de favorecimento e possível desvio de verbas públicas.
Uma ascensão rápida e cheia de controvérsias
Criado em 1981 por Sebastião e Nilceana Bringel, o grupo empresarial teve início com uma simples farmácia no Amazonas. Em poucas décadas, a companhia se diversificou e passou a atuar em diversas frentes, como saúde, tecnologia, meio ambiente e terminais alfandegários. No entanto, enquanto sua expansão econômica se consolidava, surgiam também dúvidas sobre a licitude de seus contratos e a influência que exercia nos bastidores do poder.
Atualmente, com mais de 60 CNPJ’s registrados, o Grupo Bringel se tornou uma força dominante na região Norte do país. No entanto, a transparência de suas operações tem sido questionada, e seu envolvimento em contratos com governos municipais e estaduais tem despertado preocupação entre especialistas e órgãos de controle.
ALGUMAS REPORTAGEM DENUNCIANDO:
O uso de influência política e midiática
Investigações revelam que o Grupo Bringel teria utilizado estratégias para financiar campanhas eleitorais em troca de contratos públicos vantajosos. Essa relação de dependência entre políticos e a empresa garantiria não apenas concessões milionárias, mas também renovações contratuais sem os devidos processos licitatórios transparentes.
O conglomerado também controla meios de comunicação em estados como Rondônia e Paraíba, utilizando-os para influenciar a opinião pública e pressionar adversários. Rádios, TVs e portais noticiosos são usados como ferramentas para defender interesses do grupo e atacar aqueles que questionam suas práticas empresariais.
Contratos bilionários e suspeitas de superfaturamento
A Prefeitura de Manaus firmou contratos que somam R$ 838,1 milhões com empresas do Grupo Bringel para construção e manutenção de unidades de saúde. Esses contratos incluem a construção de Unidades Básicas de Saúde e a gestão de serviços médicos, com diversas prorrogações e aumentos de valores que levantam suspeitas.
Documentos apontam que as empresas Rio Negro e Rio Solimões, ligadas ao grupo, foram às principais beneficiadas, garantindo cifras milionárias mesmo após investigações e prisões envolvendo seus proprietários.
O passado criminal de sérgio Bringel
Sérgio Bringel, um dos líderes do grupo, foi preso em 2018 durante a Operação CashBack, uma fase da Operação Maus Caminhos, que revelou um esquema bilionário de desvio de recursos da saúde no Amazonas. Mesmo com as denúncias e a privação de liberdade, o empresário continuou exercendo influência no setor público e garantindo novos contratos.
Um dos exemplos mais polêmicos foi à contratação do Grupo Bringel para administrar 197 leitos de um hospital de campanha no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, durante a pandemia de COVID-19, em um contrato avaliado em R$ 79,4 milhões. Mesmo sob investigação, a empresa continuou a operar sem restrições.
O uso de “Laranjas” e expansão nacional
Há fortes indícios de que o Grupo Bringel utiliza empresas de fachada para ocultar suas reais operações. Essas empresas, registradas em nome de terceiros, dificultam o rastreamento das transações financeiras e garantem que a atuação do conglomerado se expanda sem ser facilmente identificada.
Além do Amazonas, as empresas associadas ao Grupo Bringel têm contratos de descarte de lixo hospitalar, digitalização de documentos e logística de medicamentos em diversos estados. A opacidade dessas transações preocupa órgãos de controle e gera questionamentos sobre a legalidade dessas atividades.
A necessidade de uma resposta das autoridades
O crescimento desenfreado do Grupo Bringel, aliado às sucessivas denúncias de corrupção, superfaturamento e manipulação política, exige uma resposta rápida e eficaz das autoridades. A Controladoria-Geral da União (CGU), Ministério Público e Tribunal de Contas precisam agir para garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma transparente.
A população também deve estar atenta a esses desdobramentos, cobrando transparência e responsabilidade de gestores públicos que mantêm relações questionáveis com o conglomerado.
A pergunta que fica é: até quando os interesses privados continuarão a se sobrepor ao bem-estar da sociedade?