Segurança Pública
Forças Armadas no Brasil: proteção estratégica ou desperdício de dinheiro público? O custo das Forças Armadas brasileiras
De acordo com especialistas, o problema não é Brasil ter Forças Armadas, mas o que se faz com elas
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Forças Armadas no Brasil: um gasto sem propósito ou um mal necessário?
Viralizou no Reddit um debate com uma pergunta que já é muito antiga em portais e foruns especializados. Afinal, por que o Brasil gasta tanto dinheiro com as Forças Armadas se não temos pretensão de entrar em guerra? A Revista Sociedade Militar resolveu investigar, consultando especialistas, entusiastas e militares.
A resposta curta, para quem acompanha a geopolítica mundial, é simples: não basta o Brasil não querer guerra – o problema é se outros quiserem.
A Ucrânia, por exemplo, em 2022, também não “pretendia” entrar em guerra. Mas isso não impediu os mísseis russos de começarem a cair em seu território no dia 24 de fevereiro daquele ano. O Brasil, por sua vez, é um país riquíssimo em recursos naturais. O país tem a maior reserva de água doce do mundo, solos férteis, jazidas minerais e uma posição geográfica estratégica. Acreditar que ninguém nunca cobiçaria isso é, no mínimo, ingênuo.
A história já provou que ter Forças Armadas fortes não é sobre querer brigar, mas sobre evitar que alguém tente brigar com você. Um país desarmado é sobretudo um convite para aventureiros estrangeiros.
Militares não produzem nada? Nem tanto.
O argumento de que os militares “nada produzem” também não se sustenta completamente. A indústria de defesa brasileira já rendeu avanços tecnológicos significativos e até produtos de exportação. Um bom exemplo disso é o cargueiro Embraer KC-390, um avião militar robusto, comprado por países como Portugal e Hungria, que rendeu contratos milionários à Embraer.
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Outro exemplo é o Projeto 14-X, um sistema de propulsão hipersônica que pode colocar o Brasil na elite da tecnologia aeroespacial. Se der certo, essa tecnologia permitirá desenvolver mísseis impossíveis de interceptar, satélites lançados a baixo custo e até aviões que cruzam o Atlântico em menos de uma hora.
Além disso, instituições ligadas aos militares, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto Militar de Engenharia (IME), formam alguns dos melhores engenheiros do país. Esses militares acabam sendo absorvidos pela indústria civil.
Agora, a parte que realmente incomoda
Se a defesa nacional justifica gastos militares, o problema está na gestão desse dinheiro. As Forças Armadas do Brasil tem vários problemas nessa questão. De acordo com militares ouvidos pela Revista Sociedade Militar, a quantidade absurda de militares da reserva recebendo altos salários sem função produtiva são um dos problemas mais graves.
Diversas publicações já ironizaram ou denunciaram a situação, utilizando o termo depreciativo “marechais de contracheque”. Enquanto isso, tropas operacionais enfrentam falta de equipamentos, soldos baixos e dificuldades até para manter veículos em funcionamento.
O problema não é Brasil ter Forças Armadas, mas o que se faz com elas
Defender o país é sobretudo fundamental. O problema não é gastar com defesa, mas gastar mal. Enquanto países como Israel, Coreia do Sul e até a Suécia têm militares focados em inovação e prontidão, o Brasil ainda lida com um alto escalão inchado. De acordo com especialistas, há uma administração que, muitas vezes, parece mais preocupada com benefícios do que com estratégia.
![Gripen F-39 e a engenharia extremamente complexa por trás de um caça moderno.](https://www.sociedademilitar.com.br/wp-content/uploads/2025/02/pouso-1--620x412.webp)
A questão, portanto, não é se o Brasil deveria ou não investir em suas Forças Armadas. A pergunta certa é: quando vamos parar de desperdiçar dinheiro com projetos ruins e privilégios, e começar a investir em defesa de verdade?