Nacional
Antro de corrupção, Transpetro é ressuscitada por Lula
Estatal de petróleo já admitiu rombo de 256 milhões de reais em balanço após investigações da Operação Lava Jato
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Sob o pretexto de “recuperar a indústria naval brasileira”, o presidente Lula (foto) tem aparecido em diversos eventos em unidades da Transpetro para anunciar investimentos.
Nesta segunda, 24, o petista vai participar de uma assinatura de contrato para a construção de quatro navios de transporte de derivados de petróleo dessa subsidiária da Petrobras, em Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
O dirigismo estatal na Transpetro, contudo, já teve consequências desastrosas.
Os investimentos governamentais não somente não criaram uma indústria naval competitiva internacionalmente, como ainda foram usados para desviar recursos a políticos e partidos.
Lava Jato
Em 2014, a Transpetro reconheceu um rombo de 256 milhões de reais no caixa devido aos desvios descobertos pela Operação Lava Jato.
Cinco anos depois, a Lava Jato denunciou o ex-senador Romero Jucá (MDB) e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, por suposto envolvimento em esquema de corrupção.
Sérgio Machado foi uma das pessoas-chave no esquema, e aceitou fazer uma delação premiada.
Ele foi diretor da Transpetro entre 2003, o primeiro ano do governo Lula, e 2014, já no governo de Dilma Rousseff.
Indicado ao cargo por Jucá e por outros integrantes do MDB, Machado disse ter pago propina a mais de 20 políticos de vários partidos.
“O depoente repassou propina, via doação oficial, para os seguintes parlamentares e ex-parlamentares: Cândido Vaccarezza (PDT-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Luis Sérgio (PT-RJ), Edson Santos (PT-RJ), Francisco Dornelles (PP-RJ), Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Ideli Salvatti (PT-SC), Jorge Bittar (PT-RJ), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Valter Alves (PMDB-RN), José Agripino Maia (DEM-RN), Felipe Maia (DEM-RN), Sergio Guerra (PSDB-PE, morto em 2014), Heráclito Fortes (PSB-PI) e Valdir Raupp (PMDB-RO). Michel Temer pediu ao depoente que obtivesse doações oficiais para Gabriel Chalita, então candidato a prefeito de São Paulo”, diz um trecho da delação.