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A bilionária publicidade do Governo Lula: propaganda ou necessidade?

Os gastos do governo Lula (PT) com publicidade podem bater um recorde em 2025. Ministérios, bancos e estatais estão prontos para despejar até 3,5 bilhões de reais em propaganda oficial. Esse valor supera em um bilhão de reais o que foi gasto no fim da gestão Bolsonaro (PL), quando os contratos de publicidade somavam cerca de 2,5 bilhões de reais (corrigidos pela inflação).
O salto chama atenção, especialmente em um momento em que a popularidade de Lula enfrenta uma curva descendente. A pergunta que não cala: trata-se de transparência e informação ou de um projeto bilionário para salvar a imagem do governo?
O argumento oficial é que mais contratos de publicidade significam maior transparência e difusão de informações sobre as políticas públicas. Mas o contexto diz muito mais. Em janeiro de 2025, Lula trocou o comando da Secretaria de Comunicação Social (Secom). Saiu Paulo Pimenta, entrou o marqueteiro Sidônio Palmeira, um especialista em melhorar imagens desgastadas. O objetivo é claro: impulsionar a percepção do governo antes das eleições de 2026.
Os Correios, por exemplo, estão prontos para gastar 380 milhões de reais em publicidade. A justificativa? Reposicionar a marca e disputar um mercado competitivo com empresas privadas de logística. Pode até fazer sentido, mas a pergunta fica: não há outras prioridades mais urgentes?
Ao todo, pelo menos 21 órgãos do governo já firmaram contratos milionários com agências de propaganda ou abriram licitações.
Confira alguns dos principais gastos previstos:
- Banco do Brasil: 750 milhões de reais
- Secom (Presidência da República): 562,5 milhões de reais
- Caixa Econômica Federal: 468,1 milhões de reais
- Correios: 380 milhões de reais
Somando tudo, chega-se a um número que impressiona e levanta dúvidas sobre o real propósito desses investimentos.
A Secom também está no centro de uma polêmica sobre a distribuição de verbas publicitárias. Em abril de 2024, o resultado de uma megalicitação para publicidade do governo vazou antes mesmo de ser oficializado. E, surpresa: as vencedoras eram agências ligadas ao PT.
O caso chegou ao Tribunal de Contas da União (TCU), que suspendeu a licitação em julho. Mas, com a saída de Pimenta da Secom, o tribunal liberou o governo a abrir um novo processo para contratação de serviços de comunicação digital. Sidônio Palmeira, o novo chefe da Secom, já anunciou que a nova megalicitação será realizada ainda no primeiro semestre de 2025.
O governo tem o direito de investir em publicidade para divulgar suas ações. Mas há um limite entre informar e vender uma narrativa política. Com uma conta bilionária prevista, fica a dúvida: estamos diante de um plano de comunicação para esclarecer a população ou de um projeto para tentar reverter uma queda de popularidade?
O que você acha? É transparência ou estratégia de marketing eleitoral antecipada?
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