ECONOMIA
Câmbio: Dólar cai e fecha no menor nível desde novembro

O dólar fechou na última segunda-feira (17) em queda de 0,99%, a R$ 5,68, atingindo o menor valor desde o início de novembro. No acumulado de março, a moeda americana já recua 3,89%, após alta de 1,37% em fevereiro.
O movimento reflete a desvalorização global da moeda americana diante de dados econômicos mais fracos nos Estados Unidos e do otimismo com a economia chinesa.
A divulgação de indicadores econômicos na China contribuiu para o desempenho positivo de moedas de países exportadores de commodities, como o real.
As vendas no varejo e a produção industrial chinesas superaram as expectativas no primeiro bimestre, e a queda nos preços de novas moradias foi menor do que o previsto, reduzindo temores sobre o setor imobiliário do país.
Nos Estados Unidos, os dados econômicos decepcionaram. As vendas no varejo cresceram apenas 0,2% em fevereiro, abaixo da expectativa de 0,7%. Já o índice de atividade industrial Empire State registrou queda para -20 em março, sinalizando desaceleração econômica.
Influência da “super quarta”
A semana será decisiva para os mercados, com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (19). O Banco Central deve elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 14,25%, conforme sinalizado anteriormente.
A divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) acima das expectativas aqueceu o debate sobre a economia brasileira e reforçou as expectativas para a decisão do Copom.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) também anunciará sua decisão de política monetária na quarta-feira. O mercado acompanha de perto possíveis sinais de cortes de juros ainda este ano.
Caso isso ocorra, o real pode se fortalecer ainda mais, pois o diferencial de juros aumentaria a atratividade do Brasil para investidores estrangeiros.
Movimentação do dólar
O Dollar Index (DXY), que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, também apresentou queda e acumula perdas de 3,80% no mês.
A maior valorização do dia foi do rublo russo, que avançou mais de 2% após o anúncio de uma conversa entre o ex-presidente dos EUA Donald Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Perspectivas para o real
Especialistas avaliam que o real pode continuar se valorizando caso o Fed sinalize cortes de juros nos EUA e o Copom mantenha um tom mais rígido em sua política monetária. Esse cenário favorece o chamado carry trade, operação em que investidores buscam ativos em países com juros mais altos, como o Brasil.
O Itaú revisou sua projeção para o câmbio em 2025 e 2026, reduzindo a estimativa de R$ 5,90 para R$ 5,75, diante da fraqueza global do dólar e da alta dos juros brasileiros. No entanto, os analistas alertam que incertezas fiscais e a deterioração das contas externas podem limitar o potencial de valorização do real.