Segurança Pública
Marinha recebe 1º poderoso tanque sueco CV90120 e R$ 20 bi para investimentos em defesa que tornam o Brasil uma potência no Atlântico
Com tanques de última geração e navios árabes, força naval mira 2 milhões de km² de oceano
O Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil testou o moderno carro de combate CV90120, fabricado pela BAE Systems Hägglunds, que veio ao Rio para a LAAD 2025.
A demonstração aconteceu no Complexo Naval da Ilha do Governador (RJ), mas o que mais chama atenção não é o tanque em si, e sim o pacote mais amplo: R$ 20 bilhões em novos investimentos para a área de defesa.
A informação circula desde março, quando a Revista Sociedade Militar publicou que a “BAE Systems apresentaria o CV90120 na LAAD 2025 em busca de consolidar parceria estratégica”. Agora, a chegada do blindado — apelidado de “tanque leve com poder de fogo de gigante” — confirma que a Marinha está mirando mais alto.
Blindado europeu em território brasileiro
Fabricado pela BAE Systems Hägglunds, o CV90120 é um dos mais avançados veículos de combate da atualidade. Com canhão de 120 mm, blindagem modular e alta mobilidade, ele pode operar em terrenos variados e participar de ações rápidas e coordenadas.
Adeus, SK105-A2S?
Atualmente, os fuzileiros usam os carros de combate SK105-A2S — tecnologia já considerada obsoleta. O novo CV90120 pode substituir ou complementar esse modelo, ampliando a capacidade de ação terrestre da Marinha, especialmente em operações anfíbias.
O colunista de Defesa Aérea e Naval, Guilherme Wiltgen, afirma que “o CFN está iniciando estudos preliminares visando a seleção de um novo carro de combate para substituir os SK105-A2S”, reforçando que a avaliação do CV90120 é parte desse processo.
R$ 20 bilhões e um salto estratégico
A movimentação acontece em paralelo aos investimentos massivos anunciados pelo BNDES. O canal Militarizando o Mundo destacou que “o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social aprovou R$ 19,8 bilhões de reais em projetos voltados à segurança e defesa”.
Segundo a mesma fonte, os recursos também contemplam “a qualificação de mão de obra e o avanço tecnológico em áreas estratégicas”, com impacto direto na indústria de defesa — que responde por 3,5% do PIB e gera cerca de 2,9 milhões de empregos diretos e indiretos.
Do litoral ao Atlântico Sul
Mais do que modernizar equipamentos, a Marinha sinaliza uma nova postura: menos reativa e mais projetiva. “A escolha dos navios de guerra e agora a potencial adoção do CV90 são sinais claros de uma doutrina mais assertiva”, pontua Militarizando o Mundo.
Com ambições de liderança no Atlântico Sul e reforço na projeção de poder, o Brasil quer mais do que defender seu território — quer influenciar os rumos da geopolítica regional.