Segurança Pública
“Ficaram surpresos por não termos apenas delegados em cargos estratégicos”, destaca delegada da PCPB, em evento nacional

A Polícia Civil da Paraíba tem se notabilizado ao nível nacional em aspectos como elucidação de homicídios, enfrentamento ao crime organizado e localização de pessoas informadas como ‘desaparecidas’. Em todos esses casos, a PCPB apresenta resultados surpreendentes, sendo apontada – em se tratando de método de investigação de homicídios – como modelo a ser seguido.
Mas outro assunto – este não ligado necessariamente à atividade-fim das instituições policiais – também vem despertando olhares para a PCPB: é o fato de a instituição não nomear apenas delegados em cargos estratégicos e/ou de direção do órgão.
A chefe de Gabinete da Delegacia-Geral da PCPB, delegada Maíra Roberta, esteve no encontro que reuniu todos os delegados-gerais das polícias civis do Brasil, no Rio de Janeiro, evento recorrente e que visa, entre outras metas, compartilhar experiências profissionais adotadas pelas PCs nos estados.
Durante as discussões, Maíra informou que a Polícia Civil paraibana não seleciona apenas delegados para assumir cargos de direção em setores estratégicos. “Algumas diretorias da nossa própria Delegacia-Geral, por exemplo, são dirigidas por peritos e investigadores, com base em critérios técnicos e de notável conhecimento em suas respectivas áreas de atuação. Foi uma medida adotada pelo nosso delegado-geral, André Rabelo, assim que assumiu o cargo em 2021”, disse Maíra Roberta.
A informação despertou certa ‘surpresa’ no evento, uma vez que, sob um ponto de vista histórico-cultural, na maioria dos estados as diretorias das delegacias-gerais são ocupadas apenas por delegados.
“Não que isso seja certo ou errado, não é isso. Apenas, no nosso caso, nós decidimos adotar esse modelo de gestão, compartilhando responsabilidades e poder de decisão com os demais cargos, pois todos eles têm muito a contribuir na construção de uma polícia cada vez melhor”, explicou a delegada. Ela relatou o caso a mais de 300 policiais civis paraibanos, durante encontro na Academia de Ensino da Polícia Civil (Acadepol), na semana passada.
Lei Orgânica
Durante o evento no Rio de Janeiro, uma das pautas mais debatidas foi a aprovação da Lei Orgânica Nacional das Polícias Civis e a necessidade de as PCs nos estados se adequarem ao que preconiza a lei federal.
“Na Paraíba, nós já estamos com discussões bem avançadas nesse sentido, com a participação de todos os cargos da Polícia Civil, por meio de seus respectivos representantes nas reuniões”, conclui Maíra Roberta.